O atacante Fred pediu a seus conterrâneos mineiros nesta terça-feira que as manifestações em Belo Horizonte sejam pacíficas e que não atinjam o estádio onde a seleção brasileira enfrentará o Uruguai, na quarta-feira, pela semifinal da Copa das Confederações.

Manifestantes estão preparando um grande protesto na capital mineira para o dia do jogo, o que levou a polícia a reforçar a segurança. Autoridades garantiram que não deixarão os protestos se aproximarem do Mineirão.

“Eu sou completamente a favor (das manifestações), o povo brasileiro é tão sofrido que tudo o que reivindica é justo, porém nós sabemos que quebrar a cidade, os vândalos, tudo isso não faz parte de uma coisa legal”, disse o atacante em entrevista coletiva em Belo Horizonte.

“Todos nós somos contra (a violência) e esperamos que seja uma manifestação pacífica, que não tenha confronto, quebra-quebra”, completou.

Nos dois jogos realizados na capital mineira até agora, Taiti x Nigéria, no dia 17, e Japão x México, no sábado, houve manifestações e confrontos violentos com a polícia perto da arena. Há a previsão de novos conflitos, possivelmente mais graves, para a partida do Brasil.

A Polícia Militar preparou um forte esquema de segurança e garante que os manifestantes não passarão de uma barreira a 1,5 quilômetro do Mineirão. Confrontos passados aconteceram justamente quanto manifestantes se aproximaram do cordão de isolamento da polícia.

“Está tudo pronto, estamos com o planejamento alinhado. Temos toda a condição de garantir a segurança”, disse à Reuters o major Gilmar Luciano, do setor de comunicação da PM, sem dizer o número de policiais que estarão nas ruas, por se tratar de “dado estratégico”.

Fred afirmou estar ciente dos chamados por protestos na quarta-feira e espera que as manifestações fiquem longe da arena mineira.

“A gente acompanha, tem amigos aqui, e a previsão é de uma manifestação bem forte amanhã. Isso nos deixa um pouco preocupados, mas estamos aqui representando a seleção, temos um jogo importante”, declarou.

“A torcida que vai ao estádio, o que a gente pede é que todos estejam unidos com a seleção brasileira e que façam um canto só para que a gente possa dar alegria para eles, pelo menos nesses 90 minutos.”

As manifestações nas ruas, que começaram como um movimento contra o aumento da tarifa de ônibus nas principais cidades do país, rapidamente encamparam temas como o combate à corrupção e repúdio aos gastos do governo com a realização da Copa do Mundo de 2014.

Balanço apresentado pelo Ministério do Esporte este mês revelou que os gastos com a organização do Mundial chegaram em maio a 28,1 bilhões de reais, a maior parte de dinheiro público. O governo estimou em 2011 um orçamento de 33 bilhões de reais para o Mundial, mas várias obras já sofreram aumento de gastos.