O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi disse nesta quinta-feira que seu país passará por uma revolução se ele for preso. O empresário teve seu mandato de senador cassado no mês passado por ter sido condenado por fraude fiscal.
Berlusconi foi sentenciado a quatro anos de prisão pelo crime, cometido após o superfaturamento de contratos de fornecimento de filmes para a suas emissoras de televisão, o chamado caso Mediaset. No entanto, sua pena foi reduzida para um ano, a ser paga em serviços comunitários.
Mas sem a proteção parlamentar, Berlusconi está vulnerável em outros casos na Justiça, incluindo uma acusação de suborno político. Ele também está recorrendo contra uma condenação por abuso de poder e por ter pago por sexo com uma menor.
Perguntado em entrevista à rádio francesa Europe 1 se temia ser preso, Berlusconi respondeu: “Não, tenho certeza que eles não podem, se não haverá uma revolução na Itália.”
Após ter dominado a política italiana por duas décadas e de ter sido expulso do Senado, Berlusconi tem deixado claro que usará todos os meios para desestabilizar o governo de coalizão do primeiro-ministro Enrico Letta.
“Eles não podem me colocar na prisão, acabar com a liberdade de alguém que está em plena campanha eleitoral contra uma maioria que usa seu braço judicial para tentar me eliminar do cenário político”.
Ele afirma que, se for preso, seu partido, o Forza Italia, conseguiria uma grande maioria nas próximas eleições. O ex-premiê voltou a acusar Letta e os outros membros do Congresso de fazer um golpe de Estado contra ele.
Berlusconi tentou derrubar o governo antes de ser cassado, mas acabou causando uma divisão de seu próprio partido, que teve dissidentes declarando apoio a Letta para preservar a estabilidade política.
O premiê prometeu na quarta (11) evitar um “caos” na Itália, pouco antes de obter dois votos de confiança do Parlamento sem o apoio dos aliados de Berlusconi.