Representantes de trinta associações se trancaram em uma prisão simbólica nesta quinta-feira à tarde na Praça da República, em Paris, em apoio aos ativistas do Greenpeace presos na Rússia.

“Este caso já durou tempo demais. A única coisa que fizeram foi se manifestar de forma pacífica”, ressaltou Jean-François Julliard, diretor do Greenpeace France.

O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, viajou nesta quinta para a Rússia.

O líder do Greenpeace convidou os representantes de trinta ONGs de defesa do meio ambiente e dos direitos Humanos, incluindo a Anistia Internacional, a Federação Internacional das Ligas dos Direitos Humanos (FIDH) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), a entrarem em uma cela instalada na praça.

“Esta não é uma luta pela ecologia, é uma luta pela democracia”, declarou o fotógrafo Yann Arthus- Bertrand, fundador da Fundação GoodPlanet, antes de ficar atrás das grades com uma foto de um dos trinta ativistas do Greenpeace presos na Rússia.

Os ativistas do Greenpeace são “corajosos, teimosos e determinados”, mas “de uma não-violência absoluta”, declarou Susan George, presidente de honra da organização Attac, desejando “coragem” ao premiê Ayrault para questionar as autoridades russas durante a sua viagem a Moscou.

O navio Arctic Sunrise, do Greenpeace, foi apreendido em 19 de setembro pela Guarda Costeira russa depois que militantes tentaram escalar uma plataforma gigante russa Gazprom para denunciar os riscos ambientais da exploração de petróleo no Ártico.

Trinta membros da tripulação e dois jornalistas independentes, incluindo a brasileira Ana Paula Maciel, foram detidos em Murmansk (noroeste) e acusados de “vandalismo”, crime que pode valer uma pena de sete anos de prisão na Rússia.