Após operação, polícia tenta seduzir moradores de favela do Rio com passeios a cavalo

Após a operação para instalar UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) no Complexo de favelas do Lins de Vasconcelos, na zona norte do Rio de Janeiro, a polícia iniciou uma tentativa de aproximação com os moradores com ajuda de sua cavalaria. Foram utilizados 30 cavalos na operação de ocupação das 13 comunidades do complexo. Boa parte […]

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Após a operação para instalar UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) no Complexo de favelas do Lins de Vasconcelos, na zona norte do Rio de Janeiro, a polícia iniciou uma tentativa de aproximação com os moradores com ajuda de sua cavalaria.

Foram utilizados 30 cavalos na operação de ocupação das 13 comunidades do complexo. Boa parte deles acabou sendo montada por crianças das favelas. Eram meninas e meninos como Andrey Felipe Macedo Pinheiro, de 8 anos, que teve o seu primeiro contato com um animal do gênero sobre a égua Senhora, da soldado Flávia Cerpa, 29 anos.

“Eu gostei. O cavalo é bem mansinho”, comentou o garoto, que ficou até em pé sobre a égua.

“É uma situação que estamos utilizando para tentar quebrar o gelo. Se você conquistar a criança, se estabelece uma relação de confiança com a polícia que vai ficar aqui para implantar a UPP “, afirmou o subcomandante da cavalaria da polícia militar do Rio, tentente-coronel Edson Muniz.

Mas nem todo mundo se rendeu aos encantos oferecidos pela polícia. O menino Denilson dos Santos, de 11 anos, bem que gostaria, mas sua mãe Mariliza retirou o garoto do meio dos animais. “Já sei andar, mas nunca num cavalo alto desses”, disse o jovem.

O tenente-coronel Muniz minimizou a situação. “As famílias estão com medo ainda. Isso é normal. Mas estamos aqui para mostrar que somos amigos”, disse o policial.

Durante o hasteamento da bandeira do Brasil em praça na comunidade de Cachoeirinha – símbolo do processo de ocupação da favela -, havia menos de 30 moradores de no local.

Os soldados da cavalaria, segundo a PM, são especializados em ecoterapia. “O cavalo não é mais aquele de 1968 da repressão. Os nossos cavaleiros são fisioterapeutas, têm formação, estão acostumados a tratar crianças com deficiência. Os ídolos destes jovens não pode mais ser o traficante.”

O uso dos cavalos com as crianças virou estratégia de aproximação da polícia com a comunidade a partir da ocupação das favelas do Jacarezinho e Manguinhos, neste ano.

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