Travesti que matou deficiente em Campo Grande é preso em Ladário
Investigações da Polícia Civil, em Ladário, levaram à prisão de Jeferson da Silva Alves, 18 anos, travesti conhecido como Darlene. Ele havia sido preso em Campo Grande, onde confessou o assassinato do deficiente físico Arsênio Francisco Chaves Vargas, de 39 anos, no dia 25 de agosto, na rua Carlinda Tognini, na Vila Progresso, entretanto, ele […]
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Investigações da Polícia Civil, em Ladário, levaram à prisão de Jeferson da Silva Alves, 18 anos, travesti conhecido como Darlene. Ele havia sido preso em Campo Grande, onde confessou o assassinato do deficiente físico Arsênio Francisco Chaves Vargas, de 39 anos, no dia 25 de agosto, na rua Carlinda Tognini, na Vila Progresso, entretanto, ele foi liberado por conta do período eleitoral, que previa que, no período de 30 de setembro a 09 de outubro, nenhum eleitor podia ser preso, salvo em flagrante.
Darlene, que também é conhecida como Raika, voltou para Ladário, cidade natal, onde continuou a cometer crimes, segundo o delegado da Polícia Civil, Enilton Zalla. “Plantamos informantes e recebemos a notícia que ele estava na casa. Sabíamos que ele estava praticando pequenos furtos e roubos na cidade. Comecei a indagá-lo para saber onde estava levando esses objetos e ele me falou que era na ‘Boca da Rejane’. Eu já tinha um mandado de busca para o local e acabei localizando objetos de vítimas, droga, arma e bastante dinheiro trocado, ou seja, circunstâncias típicas do tráfico de drogas”, disse.
Darlene, que estava com os cabelos tingidos de loiro quando foi detida em Campo Grande, estava com os cabelos escuros quando foi apresentada na tarde desta segunda-feira, 12 de novembro. Ela contou que fugiu da Capital, onde além de ser procurada pela Justiça, seria alvo dos familiares da vítima.
“Eu peguei e vim para cá. Foi a primeira pessoa que tive que matar na vida. Fui pra Campo Grande para ganhar dinheiro”, disse ao informar o que aconteceu no dia do crime. “Ele não queria me pagar. Era uma dívida de programa mesmo. Ele não era aleijado nada, aleijado sou eu”, falou.
Em entrevista a veículos de comunicação de Campo Grande, Darlene contou que combinou o valor de R$ 30 para o programa com a vítima. Ao final, Arsênio disse que não tinha dinheiro para pagar e, no desentendimento, a travesti afirma que ele a agrediu e que ela apenas se defendeu com uma faca que trazia na bolsa.
Darlene confirmou que é dependente química há cerca de 3 anos, tempo pelo qual faz uso de pasta base de cocaína. Sobre a acusação da autoria de roubos e furtos em Ladário, ela se defende, acusando o irmão, que também, segundo o delegado, é travesti. “Minha irmã que faz furto e roubo, não sou eu. Eu peguei da mão da pessoa, peguei na ‘caruda’ porque eu quis. Eu uso base( droga) há três anos e pegava esses objetos para comprar a droga”, relatou.
Jeferson Alves foi encaminhado para o presídio masculino de Corumbá. De acordo com o delegado Zalla, além do assassinato cometido em Campo Grande, ele também responderá por roubo em Ladário. Segundo a autoridade policial, ele deverá ser transferido para Campo Grande a pedido da Justiça, onde responderá pelo assassinato de Arsênio Vargas.
Boca fechada
Em desdobramento à prisão de Darlene, a Polícia Civil de Ladário também prendeu Rejane Souza dos Santos e Flávio da Silva Correia, proprietários da casa onde funcionava a “Boca da Rejane”, no bairro Alta Floresta I.
Na residência do casal foram encontrados materiais diversos, desde eletrodomésticos (como dois tanquinhos de lavar roupa), 12 aparelhos de celular, pen drives, máquina fotográfica, drogas, peneiras e a quantia de R$ 150, em notas de pequeno valor e moedas. Na casa, os policiais também encontraram um revólver calibre 32 e contratos de penhor de joias em nome de Rejane.
“O que nos chamou a atenção foi o grande número de pen drives porque agora virou moda colocar músicas nesse dispositivo e dois contratos de penhor de joias, mostrando a grande quantia de ouro, provavelmente produto de furtos e roubos”, comentou o delegado.
“Nossa preocupação não é ir somente na autoria dos roubos, mas sim buscar o receptador e isso tem sido um trabalho constante que a gente tem feito. Só esse ano foram dez prisões em flagrante decorrentes de receptação e, para o ano que vem, eu vou iniciar uma nova operação que para cada roubo, eu vou estourar uma boca de fumo. Vai ser um desafio muito grande, mas vamos reduzir os roubos aqui”, avisou.
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