Ele diz ser dono do local há 17 anos, sendo que neste período tentou muitas vezes pedir aos moradores a saída da quadra 22, que é de sua propriedade.

Em clima tenso na manhã desta sexta-feira (24), duas famílias saíram de suas casas, construídas na Vila Nossa Senhora Aparecida, entrada do bairro Coophasul, em Campo Grande. Eles alegam que um homem se apresentou no dia 15 de agosto como o proprietário e desde então vem fazendo ameaças, concluindo o serviço hoje com a destruição de parte dos imóveis e prejudicando com isso ao menos 14 famílias.

“O senhor Gilmar Gobbi alega ser dono do loteamento de uma área total de 360 m², mas no cartório do 1° ofício o local está em nome de Tolstoi Teixeira Campos, desde 18/01/1999. O que acontece é que ele seria herdeiro do terreno, mas em 27/10/2009, está descrito uma ação de nulidade, já que foi comprovado fraude ao ceder os direitos hereditários de Gilmar”, diz Gerson Alves dos Santos, 42 anos, que perdeu toda a sua construção.

Dizendo ser o dono das terras, de acordo com Gerson, Gilmar afirmou aos moradores que ‘acabaria com todas as casas no sábado (25)’. “Ele se antecipou e quis agir com as próprias mãos, trazendo inclusive policiais do 9° BPM (Batalhão da Polícia Militar) para fazer a sua escolta. Esta área estava abandonada e entramos com uma ação de danos morais e materiais contra o Gilmar. Não tem como reerguermos as casas novamente”, fala Gerson Alves.

Além de registrarem boletins de ocorrências de , os moradores do local mostraram ainda papéis com a prova de que eles compareceram na Corregedoria da Polícia Militar para denunciar a presença dos militares. “Ele estava junto com a Capitão Braga e fez tudo isso para nos intimidar. Chegou com um funcionário, uma máquina e saiu destruindo tudo”, comentou o pedreiro Gerson.

Suposto dono do terreno disse que jamais agiu de má fé  e que por muito tempo aguardou a saída dos moradores

Após comprar o terreno há 17 anos, o homem que se identifica como sendo dono do local, pagando o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), limpando o terreno e inclusive tendo respaldo da prefeitura de Campo Grande, no que se refere à quadra 22, Gilmar disse que jamais agiu de má fé com os invasores e que inclusive aguardou por muito tempo a saída daqueles moradores.

”Eu só limpei o terreno, preservando inclusive uma casa que estava de pé e desmontando algumas fileiras de tijolos dos invasores. Já tinha tentado conversar com eles, apresentando documentos legais, mas não adianta, eles não respeitam. Eles também destruíram a cerca que eu tinha na minha quadra, tudo isso para começar o processo de invasão”, diz o empresário Gilmar.

Ele diz ainda que entrou na Justiça com uma liminar para oficializar a manutenção de sua posse. “Voltei para recomeçar a construção da cerca e me impediram e, como a polícia estava passando na avenida Euler de Azevedo, mostrei a documentação e pedi a eles para me ajudarem a conversar com as famílias”, afirma o empresário.

A briga agora segue na justiça, por um lado os possíveis invasores e por outro o suposto proprietário.