Policia reconstitui crime para provar que mulher mandou matar o marido

Na primeira versão mulher disse que marido saiu dizendo que ia para o ‘fervo’. Agora incrimina o cunhado, mas polícia tem dúvidas e busca mais autores do assassinato

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Na primeira versão mulher disse que marido saiu dizendo que ia para o ‘fervo’. Agora incrimina o cunhado, mas polícia tem dúvidas e busca mais autores do assassinato

O delegado da 2ª DP Weber Luciano fez reconstituição do assassinato de Leonídio Magalhães de Oliveira, 55 anos. O corpo foi encontrado no dia 24 de julho desse ano, em uma estrada vicinal do assentamento São José, no Jardim Anache, em Campo Grande. A polícia concluiu que ele foi morto pelo concunhado a mando da própria esposa, porém, a Justiça questionou as provas contra a mulher.

De acordo com o que apurou a polícia e relatos do próprio cocunhado da vítima, Marta foi quem premeditou a morte de Leonídio, inclusive deixando uma barra de ferro no quarto dela à espera de oportunidade. Porém, a Justiça só concedeu prisão contra o autor e descartou em relação à mulher por entender que as provas contra ela são insuficientes para incriminá-la.

Na tarde desta terça, durante reconstituição na casa onde teria acontecido o crime, Matheus Neves, 22 anos, o concunhado, disse que ele, a esposa da vítima, identificada como Marta Ferreira de Lima, 30 anos, e sua mulher estavam na cozinha quando em determinado momento, segundo o autor, a vítima fez ameaças de morte. “Vou matar você, sua mulher e sua filha”, teria dito a vítima. A frase, segundo Matheus, foi o estopim para cometer o crime.

Na versão de Matheus, Leonídio era muito violento, inclusive agredia Marta, porém não há registros de boletim de ocorrência sobre isso. No dia do crime, Matheus disse que após a ameaça de morte feita por Leonídio, Marta sinalizou para o rapaz ir até o quarto buscar a barra de ferro, de aproximadamente 40 centímetros.

Matheus afirma que ficou escondido numa espécie de corredor e foi Marta quem sinalizou o melhor momento para que ele voltasse para a cozinha para golpear Leonídio. O autor conta que a vítima estava sentada em um banco quando levou os três primeiros golpes na cabeça. Ao cair, levou mais três pancadas que arrebentaram com o crânio. A força empregada foi tanta que a perícia teve que fazer uma reconstrução da cabeça da vítima, inclusive pel adintado estado de decmposição.

Conforme relatos de Matheus, enquanto a vítima recebia os últimos golpes, Marta foi para o lado de fora da casa e ficou olhando pela janela. Quando percebeu que Leonídio tinha morrido, ela buscou um veículo Gol, entrou no quintal de ré. O corpo foi arrastado pelo autor até os fundos da casa e lá colocado no porta malas. A desova foi então nas proximidades do Hospital São Julião, no Jardim Anache. O cadáver só foi encontrado 15 dias depois.

De acordo com o delegado Weber Luciano, Marta foi intimada duas vezes para prestar depoimento e em todas caiu em muitas contradições e até inverdades. Na quarta-feira passada, ele e sua equipe foram até a casa dela e com uso de luminol detectaram vestígio de sangue na porta da cozinha. O delegado questionou sobre o Gol da vítima, mas a mulher disse que tinha vendido. A investigação localizou o carro e nele também feita a prova do reagente luminol e mais uma vez deu positivo para sangue.

Só depois das duas provas com o reagente luminol serem positivas é que Marta, segundo o delegado, admitiu pela primeira vez que Leonídio foi morto na casa, porém que somente Matheus praticou o crime. Ela negou qualquer participação de imediato, prém depois cnfessou participação. A reconstituição é exatamente para descobrir a participação de Marta no caso. A polícia não tem dúvidas que de alguma forma ela ajudou o autor.

Além de Marta e Matheus, a esposa do rapaz também participou da reconstituição na tarde dessa terça-feira. Ela estava na cozinha fazendo café quando o fato iniciou e acabou em morte. A polícia não revelou o nome dela porque ainda não sabe se ela será enquadrada como participante ou testemunha. Para o trabalho de reconstituição, os peritos levaram um gel semelhante a pele humana e também um boneco.

Matheus já está preso por decisão da Justiça, já Marta não, mas isso pode acontecer depois da reconstituição dessa tarde, caso fique provado sua participação no assassinato.

Primeira versão

Logo que o cadáver foi encontrado, Marta disse à polícia que Leonídio saiu de casa com R$ 400 dizendo que ia para o “fervo”. No dia, as calças estavam abaixadas, porém ficou evidente durante a investigação que aconteceu porque a vítima foi arrastada pelas vestes ao ser colocada no porta malas e depois quando foi retirada e levada para dentro do mato. (Matéria editada as 18h25 para acréscimo de informações).