Polícia investiga possível estelionato de ciganos que vendiam falsos jogos de cama
Seis famílias de ciganos, que chegavam a Capital para vender produtos sem recolher impostos, estão sendo investigadas pelo crime de estelionato e crime contra as relações de consumo.
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Seis famílias de ciganos, que chegavam a Capital para vender produtos sem recolher impostos, estão sendo investigadas pelo crime de estelionato e crime contra as relações de consumo.
Os travesseiros eram vendidos como se fossem de alta qualidade, mas possuíam fraldas picotadas em seu interior. Os edredons, quando apresentados eram de uma maneira, mas na entrega chegava outro. E, da mesma maneira, era feito com as panelas e o restante dos jogos de cama, contendo capa para almofada, lençol, entre outros objetos.
Com 570 jogos de edredom e 1,2 mil colchas, além das panelas que ocupavam oito cômodos e a varanda de uma chácara alugada para estocar os produtos, seis famílias, identificadas como ciganas, estão sendo investigadas pela 3ª delegacia de Polícia Civil, em Campo Grande.
Bando foi preso em uma barreira da PRF, quando um dos ciganos dirigia sem CNH e fazia ultrapassagem indevida
Segundo o delegado Márcio Custódio, responsável pelas investigações, parte do bando foi preso ontem (4), em uma barreira da PRF (Polícia Rodoviária Federal). “Um dos ciganos fazia uma ultrapassagem indevida e dirigia sem CNH (Carteira Nacional de Habilitação) quando foi flagrado pelos policiais, sendo encaminhado para a 3ª D.P.”, conta o delegado.
Já na sede da delegacia Custódio verificou parte da mercadoria, que estava em uma caminhonete e um veículo Strada e também averiguou possíveis boletins de ocorrência de estelionato contra os autores. Dois deles foram reconhecidos por uma idosa que teve o prejuízo de R$ 1 mil em janeiro.
Na ocasião o Midiamax acompanhou o caso, informando que a idosa recebeu um casal de ambulantes na sua casa, na rua Olegaria Lacerda de Souza, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande, oferecendo edredons. Mesmo dizendo que não queria, ela conta que foi coagida e que eles entraram em seu quintal e a convenceram a entregar o cartão de crédito.
Da mesma maneira uma publicitária disse ter caído no golpe, principalmente por conta da insistência dos autores, dizendo que o simples fato de passar por eles e olhar os produtos foi motivo dela ser perseguida. “Eles abriram a porta do meu carro e praticamente jogaram o edredom dentro. Eles são insistentes, pegajosos e vão diminuindo o preço até a pessoa comprar”, disse a publicitária, que preferiu não se identificar.
Vítimas de Campo Grande e de outros estados apareceram em Janeiro deste ano
Inúmeros comentários também surgiram das matérias, sendo que vítimas até de Belo Horizonte (MG) também apareceram. “Questionamos eles também sobre vítimas em outro estado e no início eles negaram, mas acabaram confessando que seriam parentes”, afirmou o delegado Custódio.
Vindos de Cassilândia, os ciganos alugaram a chácara para a estadia de 15 dias. O erro, de acordo com a polícia, é que a mercadoria que eles compraram no interior de São Paulo tinha como destino Rondônia. “Eles apresentaram nota fiscal, mas temos de fazer a contagem e verificar quais são os tributos que eles não pagaram. O ICMS já sabemos que não foi pago e a perícia vai verificar ainda a metragem dos produtos, características que estão descritas e não possuem, erros nas embalagens, entre outros”, comenta o delegado.
Além do trabalho da Polícia Civil, fiscais tributários da Secretaria de Fazenda e a Polícia Militar estiveram no local. “Como não tem situação de flagrante eles não foram presos, mas podemos calcular o imposto que deixou de ser pago para eles regularizarem a situação e assim recolher os Kits”, disse Custódio.
O agente tributário estadual Luiz Augusto Buzzo, da Secretaria de Fazenda, relembra que todo produto que passar pela barreira precisa pagar tributo para poder sair vendendo. “O material será levado para o nosso depósito e lá será calculado os tributos devidos”, comenta o agente.
O caso continua sendo investigado. “São crimes contra a relação de consumo e possível estelionato para verificar a duplicidade dos cartões, se realmente houver vítimas. Por isso pedimos para entrarem em contato no telefone 3326 0027 ou comparecer pessoalmente na 3ª D.P.”, conta o delegado.
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