Nesta manhã de terça-feira (18), para esclarecer dúvidas que surgiram durante o inquérito policial, o MPE/MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), solicitou à polícia a reconstituição do acidente em que a agente penitenciaria Rosilene Melo Rodrigues, de 41 anos, despencou de um penhasco de 30 metros de altura.  Ela morreu no dia 11 de dezembro, ao cair da cachoeira do Inferninho, em Campo Grande.

De acordo com o delegado titular da 2ª Delegacia de Policia, Weber Luciano de Medeiros, o MPE/MS solicitou a reconstituição com o objetivo de esclarecer os fatos e comprovar a veracidade do acidente. Todos os envolvidos participaram da reconstituição.

Estavam presentes o marido da vítima, Silvio Castro Rodrigues, 44 anos; um casal de amigos, que seriam os bombeiros que faziam o rapel na ocasião, peritos criminais e policiais da 2ª delegacia de polícia.

Bastante emocionado, o marido da vítima contou que hoje foi a primeira vez que ele voltou ao Inferninho, depois do acidente. “Estou nervoso em voltar aqui. Para mim, era desnecessário a reconstituição, porque foi um acidente e o fato já foi esclarecido para toda a família. Mas, como solicitaram minha presença, eu vim”, contou Silvio.

O marido ainda disse que no dia do acidente, ele desceu lá embaixo após a queda da esposa. Ele acreditava que ela iria sobreviver, que no máximo ficaria paraplégica, porque reclamava apenas de frio e sede, não sentia dor. “Passei a mão na cabeça dela e não vi ferimento, nem sangue, então tinha muita esperança de que ela iria sobreviver”, disse ele bastante emocionado.

“É muito triste, minha vida agora é reconfortar minha filha de 16 anos. Nós iríamos completar em dezembro agora, 25 anos de relacionamento”, desabafou Silvio. . O Bombeiro Cabo Adriano Coelho Alaman , de 35 anos, contou que ele e sua esposa já tinham descido do penhasco e estavam lá em baixo.

Ele contou que não percebeu a queda em razão do barulho da água. Mas quando ela bateu de barriga no solo ele ouviu o estalo. Logo em seguida, ela foi parar na água e ele foi socorrê-la. Ele executou os primeiros socorros e percebeu que o marido dela estava desesperado lá em cima. Solicitou para sua esposa chamar o socorro e informou para o marido a trilha para descer no penhasco.

Os bombeiros foram acionados 15h da tarde e o laudo de óbito saiu 17h pelo Samu. O bombeiro tinha amizade com o casal há quatro anos. “Eu adorava praticar rapel. Mas perdi o gosto pelo esporte depois disso”,contou o bombeiro.

Ele mesmo os convidou para irem ao local porque ambos demonstravam muito interesse em praticar rapel. “Tudo indica que foi descuido dela. Porque ainda em vida, ela contou que tropeçou lá em cima.Creio que pela curiosidade, ela se aproximou do penhasco e caiu”, concluiu o bombeiro.