O que era para ser a continuidade nas investigações do assassinato ocorrido no sábado (3), próximo ao Horto Florestal, no Centro da Capital, culminou em uma grande operação policial no bairro Taquarussú, desde a madrugada desta terça feira (6), em que crimes de furtos qualificados e tráfico de drogas foram descobertos, além da prisão em flagrante de um homem e seis mulheres.

”Nós estávamos investigando o assassinato desde o sábado, com a ajuda de testemunhas e denúncias anônimas, o que fez três equipes da 1ª D.P. (Delegacia de Polícia) se deslocarem para este bairro. Ao chegar em uma casa na rua Canoas do Sul, tida como ‘boca de fumo’ pelos moradores, encontramos 42,5 cápsulas de pasta base de cocaína, celulares, dinheiro, câmera fotográfica e aparelhos eletroeletrônicos sem nota fiscal”, afirma o delegado Fábio Sampaio, responsável pelas investigações.

A perícia foi acionada e o entorpecente encaminhado a Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico). Um dos proprietários da casa, Thiago Georges França, 23 anos, que afirma estar no imóvel alugado há dois meses, negou qualquer participação no assassinato de Eric Duarte Ramos, 18 anos e também no envolvimento com as drogas.

“Ele nega tudo e o nosso trabalho é justamente esse, descobrir a verdade. Durante depoimento preliminar, Thiago entrou em contradição várias vezes e por isso continuamos investigando a sua participação nos crimes. Ele disse não participar do assassinato, mas o seu próprio primo o apontou como comparsa na ação”, explica o delegado.

Thiago disse morar com a irmã, Graziane George França e o cunhado. “Ele disse que a irmã está no médico há dias, internada no HU (Hospital Universitário), por isso já entramos em contato com o hospital para informarem o motivo da sua internação. Nenhuma hipótese é descartada e existe a possibilidade de ela ter ingerido as cápsulas e agora estar passando mal”, conta o delegado.

A droga, segundo um dos investigadores, equivale a duas mil “paradinhas”, após processada e também garante um rendimento de até R$ 10 mil.

”Gatos” nas casas do bairro

Enquanto permaneceram em frente às casas, os policiais perceberam a grande quantidade de “gatos” e acionaram a Enersul (Empresa Concessionária de Energia Elétrica de Mato Grosso do Sul). Com as vistorias, seis mulheres foram presas e encaminhadas a delegacia. “Como o furto de energia é qualificado, a pena varia de 4 a 8 anos e só quem determina fiança é o juiz. O valor varia de um a cinqüenta salários mínimos”, explica o delegado.

Com relação ao assassinato, a polícia já possui pistas. “Sabemos que três motos perseguiam a vítima, no momento em que foi executada. Em uma delas estaria um rapaz identificado como Regis e o outro como “sequinho”. Regis conduzia o veículo e passou a arma para “sequinho”, que executou a vítima”, disse um dos investigadores ao suspeito, que respondia que sim com a cabeça.

A Polícia segue agora com as investigações.