Índios reivindicam construção de postos policiais para garantir segurança de reserva
A prorrogação por mais 90 dias da permanência dos homens da Força Nacional de Segurança na reserva indígena em Dourados, em Mato Grosso do Sul, foi comemorada por lideranças indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó, que formam a reserva. No entanto, eles avaliam a medida como paliativa e reivindicam a construção de postos de polícia […]
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A prorrogação por mais 90 dias da permanência dos homens da Força Nacional de Segurança na reserva indígena em Dourados, em Mato Grosso do Sul, foi comemorada por lideranças indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó, que formam a reserva.
No entanto, eles avaliam a medida como paliativa e reivindicam a construção de postos de polícia na região para combater a violência e garantir a segurança dos quase 15 mil índios que moram no local.
“Antes da chegada da Força Nacional era muito pior. Tínhamos duas mortes por mês e agora não registramos nenhuma nos últimos dois meses. Mas precisamos de uma delegacia com estrutura dentro da aldeia”, disse Silvio de Leão, líder guarani-kaiowá. Leão é uma espécie de delegado dos índios que vivem na Aldeia Jaguapiru.
Para ele, devido ao grande número de pessoas que moram nas aldeias, é essencial que o policiamento esteja sempre presente. Com uma população maior que a de 41 municípios do estado de Mato Grosso do Sul, a reserva indígena de Dourados sofre também com a falta de infraestrurtura.
São quase 15 mil índios vivendo em uma área de 3,6 mil hectares sem iluminação pública nas vias de terra batida, com o fornecimento de água instável, com quatro postos de saúde precários e com sete escolas públicas, quantidade, segundo lideranças locais, insuficiente para os jovens da comunidade.
“De cinco anos para cá a população cresceu muito. Muitos índios ainda não se acostumaram a viver tão próximos e isso acaba provocando conflitos entre os próprios índios”, disse Silvano da Silva Duarte, um dos conselheiros da Aldeia Bororó. “Com o consumo de bebidas alcoólicas, o problema fica ainda pior”, acrescentou.
De acordo com militares da Força Nacional ouvidos pela Agência Brasil, durante o patrulhamento nas aldeias o principal trabalho tem sido impedir a venda de bebidas alcoólicas, considerada crime segundo o Estatuto do Índio. No entanto, a localização da aldeia – ao lado da cidade de Dourados – e a falta de iluminação púbica, tornam a fiscalização difícil.
“Precisamos de um projeto que envolva a construção de mais escolas, mais postos de saúde e, principalmente, ampliar a área da reserva. Hoje não temos como plantar, cultivar”, disse Duarte. Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai) em Dourados, está sendo elaborada uma parceira entre o órgão e o governo de Mato Grosso do Sul para desenvolver programas sociais para os índios.
No entanto, ainda não há previsão para o início das ações. Desde junho de 2011, a Força Nacional está na região auxiliando as ações da Operação Tekohá (Nossa Terra), desencadeada pela Polícia Federal em parceria com a Funai.
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