Fronteira Puerto Suárez/Corumbá é uma das 3 rotas usadas pelo PCC, afirma polícia boliviana

O PCC (Primeiro Comando da Capital), grupo criminoso de grande atuação no Brasil, também está presente no Paraguai e na Bolívia. Numa reportagem do jornal boliviano La Razón, publicada na segunda-feira, 26 de novembro, na edição eletrônica do periódico, foram identificadas três rotas pelas quais a organização desempenha suas ações ilícitas. De acordo com o […]

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O PCC (Primeiro Comando da Capital), grupo criminoso de grande atuação no Brasil, também está presente no Paraguai e na Bolívia. Numa reportagem do jornal boliviano La Razón, publicada na segunda-feira, 26 de novembro, na edição eletrônica do periódico, foram identificadas três rotas pelas quais a organização desempenha suas ações ilícitas.

De acordo com o diretor nacional da FELCN (Força Especial de Luta contra o Narcotráfico), coronel Gonzalo Quezada, o PCC está presente na Bolívia por meio de três grupos ligados a três estados brasileiros limítrofes com o Brasil: Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

“Ozzie Dorado, que está foragido, é um dos cabeças mais conhecidos do PCC dentro da Bolívia. Alguns outros emissários têm chegado e estamos trabalhando contra essas organizações”, disse Quezada.

Em setembro, a FELCN capturou em Santa Cruz de la Sierra, Ezequiel Dorado, irmão de Ozzie e Maximiliano, elos do PCC na Bolívia. Após a prisão de Maximiliano em 2010, quem assumiu o envio de droga para o PCC foi Ezequiel e Ozzie, explicou o coronel.

A presença do PCC na Bolívia está vinculada, principalmente, ao abastecimento de droga tanto vinda do Peru como a produzida no próprio território boliviano. “O que estão fazendo é fornecer droga da Bolívia através da fronteira e isso está ocorrendo por estradas como também pela via aérea, segundo levantamentos apurados com as últimas investigações. Eles buscam qualquer brecha para passar pela fronteira”, afirmou o coronel.

Rotas

As investigações da FELCN dão conta que na Bolívia há mais fornecedores de cocaína do que emissários que vêm do exterior para fazer compra e transporte do produto ilícito.

As três principais rotas terrestres identificadas pela FELCN como rotas de saída da droga para o Brasil são as áreas fronteiriças de: Guayamerín, fronteira Guajará-Mirim (Rondônia); San Matías, fronteira com Cáceres (Mato Grosso); e Puerto Suárez, fronteira com Corumbá (Mato Grosso do Sul).

Entretanto, Quezada afirmou que também existem rotas aéreas que vão desde o Peru até o Brasil, Paraguai e Argentina, tendo como escala o território boliviano. As informações do Governo Brasileiro afirmam que o PCC movimenta anualmente cerca de 36 milhões de dólares. Na Bolívia, a FELCN não tem contabilizado o quanto desse valor circula ou fica no país, já que a droga produzida em território boliviano também abastece países europeus.

O diretor da FELCN comentou que há um grande intercâmbio de informações com as forças policiais antidrogas do Brasil, que levam adiante operativos para a apreensão de cocaína durante o transporte já em território brasileiro.

Crime Organizado

Numa reportagem veiculada pelo jornal O Globo, o PCC é mostrado como o mais perigoso grupo criminoso do país. Os números de integrantes, bem como os valores movimentados com o tráfico de drogas impressionam.

Mensalmente, os integrantes que estão em liberdade devem pagar cerca de 400 dólares, cada um, para manter as ações da organização. O dinheiro é usado para oferecer ajuda financeira à família e pagamento de honorário de advogados para os integrantes que se encontram detidos.

No último dia 08 de agosto, as autoridades brasileiras interceptaram uma mensagem na qual o PCC ordenava que fossem mortos dois policiais por cada integrante da organização morto pela Polícia nas ruas de São Paulo. A resposta dos efetivos foi matar supostos membros do PCC. O Governo de São Paulo, Geraldo Alckmin admitiu em 30 de outubro a existência de uma guerra entre o grupo criminal e a Polícia.

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