O delegado titular de Nova Andradina, André Novelli, confirmou nesta quinta-feira (30) o sequestro da esposa de um policial militar. A ação ocorreu por volta das 21h da última quarta-feira (29), logo após a mulher de 27 anos sair da escola em que trabalha.

Ela foi encontrada horas depois em estado de choque e prestou depoimento nas primeiras horas desta quinta-feira. “Tomas as providências ainda na quarta, assim que a professora foi encontrada”, frisou Novelli.

A vítima é esposa de um policial militar e se preparava para dar a partida em seu veículo, quando foi abordada por um homem encapuzado. Escondido dentro do carro, ele teria entrado pelo porta-malas e amarrado o pescoço da professora com uma corda.

Ainda no banco do motorista, a mulher foi obrigada a dirigir sentido ao Cemitério Municipal, enquanto ouvia uma série de ameaças do bandido. Durante o trajeto, segundo a vítima, o homem conversava pelo celular com outra pessoa.

Já próximo ao cemitério e em estado de choque, a mulher perdeu o controle carro e colidiu com um morro de terra.

Após o acidente, ela conseguiu fugir, sendo socorrida logo em seguida por uma guarnição do Corpo de Bombeiros. O bandido também empreendeu fuga.

Segundo Novelli, nenhuma motivação para o crime foi notada no depoimento da vítima, o que reforça a hipótese de que os criminosos tinham a intenção de atingir de alguma forma o marido da professora. “Ele dizia incessantemente o nome do esposo da vítima” relatou.

Para o delegado, qualquer afirmação sobre a autoria do sequestro seria precoce. “Existem elementos que nos levam para uma direção, mas não descartaremos outros fatos que possam surgir”, acrescentou.

Também não é descartada a tese de que os bandidos estariam monitorando o marido da vítima durante o sequestro. “O depoimento mostrou que havia mais alguém envolvido, que monitorava a ação por telefone. É difícil imaginar, se ela não conseguisse escapar, o que poderia ocorrer”, comentou.

“A história poderia não terminar por aí. Tudo indica que houve um planejamento em razão do local onde ela foi abordada e tudo mais. Eles estudaram a vitima e isso obviamente implica no envolvimento de mais de uma pessoa”, disse.

A Polícia Civil também não rejeita a ligação entre o sequestro e o incêndio ao carro de outro policial militar, ocorrido no último dia 24. Uma carta com uma série de ameaças foi entregue na delegacia local dias antes.

A partir de então, um clima no mínimo de atenção se instaurou entre os policiais. “Acreditamos que possam ter ligação uma vez que há trechos que insinuam ataques contra policiais”, reforçou o delegado.

Em relação ao trabalho dos policiais, o delegado afirmou que todos são preparados para ter controle emocional e agir com postura e profissionalismo.