A Polícia Militar do Rio de Janeiro pretende formar 7 mil soldados, no período de um ano, entre o segundo semestre de 2011 e os seis primeiros meses deste ano. O número é superior ao número alcançado entre 2006 e 2010, quando 6,4 mil policiais foram preparados pela academia da PM, ou seja, uma média de 1,3 mil por ano.

Segundo o coordenador de Comunicação Social da PM fluminense, coronel Frederico Caldas, formar um grande número de policiais em um curto espaço de tempo “não é o ideal, mas é preciso” diante da necessidade de aumento do efetivo da Polícia Militar, para se expandir as unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e para garantir a segurança dos grandes eventos esportivos programados para o Rio: alguns jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.

“A gente não tem opção. Não é o ideal porque é uma quantidade muito grande [de policiais], que foge ao nosso padrão normal, mas é algo que era preciso fazer. Há um compromisso das autoridades de empregar 16 mil policiais nesses eventos”, disse o coronel, que também trabalha há 20 anos, como instrutor do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap), a academia de praças da PM.

Segundo o coronel, apesar de ser um esforço maior do que o normal, a Polícia Militar tem se preparado desde 2009 para aumentar a capacidade do centro de formação. Ele explica que, no ano passado, foram construídas duas instalações (chamadas de companhias) dentro da academia, para se somar às três que já existiam.

Com as duas novas instalações, que incluem salas de aula e alojamentos para alunos de outros municípios, a capacidade do centro, de acordo com o coronel Frederico, aumentou de 3,6 mil por ano para cerca de 8 mil.

A PM está adotando outras medidas para tentar manter o padrão do curso, ampliando o refeitório e o número de instrutores. A polícia começou a pagar aos instrutores (R$ 65 por hora-aula) e formou um banco de talentos para contratar profissionais de outras áreas. O curso continua durando seis meses.

O coronel disse que não acredita numa perda da qualidade do curso de formação, devido ao aumento do número de alunos. “Claro que dar aula para 30 alunos não é o mesmo que dar aula para 60, 70 alunos. Mas não digo que eles serão malformados. Eu, por exemplo, fui soldado da PM e, em 1984, estudei no Cfap. Posso afirmar que minha formação, naquela época, não era melhor do que hoje em dia”, disse.

De acordo com o oficial, a expectativa é que essa situação só se mantenha até 2014, quando se encerra o cronograma de implantação das UPPs. Depois disso, o número de alunos do centro deve retornar à média histórica.