Um detento estaria em dívida no presídio, sendo que o pagamento dele deveria ser o ataque ao pelotão, como uma represália a recente operação ‘Varejo’ no bairro Moreninhas.

Mais um envolvido, de um total de nove pessoas responsáveis pelo ataque ao pelotão do bairro Moreninhas, em Campo Grande, no dia 28 de novembro, foi preso na tarde de ontem (18), pela Polícia Civil.

Jeferson Paredes Magalhães, 25 anos, vulgo ‘titi’, seria o responsável por entregar o artefato à pessoa de Roberto Felix Acunha Barboza Ferreira, 20 anos, indivíduo que guardou a granada por alguns dias em sua casa.

Além dele, as investigações da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros) apontaram que Luan Angelo da Silva Negreiros Martins, 18 anos, foi a pessoa que atirou a granada contra o posto policial.

Já Luis Felipe Chaves, 20 anos, preso pela Garras, foi a pessoa quem guardou a moto Honda Bis, utilizada durante o ataque e que logo depois ateou fogo no objeto. Ela se apresentou na 4ª Delegacia de Polícia e foi liberado pela justiça após prestar depoimento.

A moto pertencia a Leandro Vieira Lima, 27 anos. Ele é interno da Colônia Penal Gameleira e emprestou a moto para o adolescente A.R.H., 17 anos, apreendido em território paraguaio e que pilotou o veículo durante a ação.

Do bando continuam foragidos Fátima Rios Heleno, 22 anos, mulher que deu fuga ao irmão Luan e o adolescente, levados para o bairro Paulo Coelho Machado e Dhiego Paredes Teixeira, 21 anos. Na casa dele foi apreendido ontem um revólver de calibre 38 e 250g de maconha.

Ação teria sido ordenada por traficantes do presídio de Segurança Máxima

Programado há dez dias antes do fato, o ataque ao pelotão teria sido ordenado por traficantes, já que o detento e usuário de drogas Ailton Rios Heleno, 22 anos, vulgo ‘neném sem perna’, estaria em dívida com o bando.

A dívida dele então seria paga com o ataque ao pelotão, como uma represália a recente operação ‘Varejo’ no bairro Moreninhas, onde muitos traficantes que comandavam o bairro foram presos ou até mesmo identificados.

”Ailton, que já cumpre pena por Tráfico de Drogas, então pediu para seu irmão agilizar toda a ação, sendo pressionado segundo ele”, explica o delegado Márcio Shiro Obara, que também não descarta a possibilidade de alguns serem integrantes de uma facção criminosa, já que informalmente alguns deles citaram isso em depoimento.

”Não compramos essa versão de que o ataque ocorreu somente por uma dívida de drogas, já que essa situação é corriqueira no presídio. Por isso, continuamos investigando”, conclui o delegado Obara, adjunto da Garras.