Políticos de Mato Grosso do Sul presos em SP dividem duas celas com chuveiro frio
Aurélio Cance Júnior (esq.), irmão do superintendente do Tesouro Estadual do Governo Puccinelli, passou a noite numa cela do segundo distrito policial de Campinas com outros políticos sul-mato-grossense como o ex-prefeito de Corumbá, Ricardo Cândia.
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Aurélio Cance Júnior (esq.), irmão do superintendente do Tesouro Estadual do Governo Puccinelli, passou a noite numa cela do segundo distrito policial de Campinas com outros políticos sul-mato-grossense como o ex-prefeito de Corumbá, Ricardo Cândia.
Aurélio Cance Júnior, irmão do superintendente do Tesouro Estadual do Governo de MS, André Luiz Cance, e ex-diretor da Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul), passou a noite dividindo uma cela na cadeia do segundo distrito policial de Campinas com outros políticos sul-mato-grossense presos nesta sexta-feira (20), como o ex-prefeito de Corumbá, Ricardo Cândia.
Eles são acusados de integrarem a chamada “República do Mato Grosso”, que operaria suposto esquema de corrupção na prefeitura municipal de Campinas, no interior de São Paulo. Todos os sul-mato-grossenses, assim como os demais presos, devem passar pelo menos cinco dias na cadeia.
Segundo a polícia civil de Campinas, todos os presos na operação dividem duas celas com banheiro coletivo e chuveiro frio. Todos têm direito a quatro horas de banho de sol no período da tarde.
No total, onze acusados de envolvimento em fraudes em licitações públicas foram presos. Pela primeira vez na história da cidade paulista, o prédio da prefeitura foi cercado pela polícia que cumpria mandados de prisão contra integrantes do alto escalão da administração municipal.
Campinas é administrada pelo pedetista Hélio de Oliveira Santos, que é corumbaense. Ele colocou alguns cargos da prefeitura nas mãos da turma da “Republica”: Francisco de Lagos, Clodoaldo Marques (irmão de Raufi Marques, ex-secretário do Governo Zeca), Luis Landes da Silva Pereira, Ricardo Cândia, Ermélio Silva e Aurélio Cance Junior.
Francisco de Lagos, que foi secretário de Cultura em Campo Grande, na gestão de Lúdio Coelho e presidente da Fundesporte no governo Pedro Pedrossian, exercia o cargo de secretário de Comunicação em Campinas. Ele está foragido.
O juiz da terceira Vara Criminal de Campinas, Nelson Augusto Bernardes, concedeu 20 mandados de prisão temporária e 24 de busca e apreensão, mas 9 pessoas ainda não foram localizadas.
Aurélio Cance Júnior, diretor-técnico da Sanasa , foi preso em casa, levado para a prefeitura e para a sede da empresa.
Além do irmão no alto escalão de André Puccinelli, Cance tem outros vínculos com o PMDB sul-mato-grossense. Foi vereador em Campo Grande pelo então MDB, no final dos anos 70, candidato em diversas eleições, e diretor da Sanesul.
Após ser diretor da Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul, Aurélio Cance Júnior, era diretor técnico da Sanasa, uma espécie de ‘sanesul’ da prefeitura de Campinas. Ele negou as acusações.
Cance está envolvido em contratos fraudulentos da Senasa – Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento de Campinas, segundo a Corregedoria da Policia Civil.
No porta-malas do carro de Ricardo Chimirri Cândia, a polícia apreendeu R$ 30 mil. No total, até agora foram encontrados com os suspeitos R$ 110 mil em dinheiro, dezenas de computadores, documentos e armas.
A Prefeitura de Campinas disse que não vai se pronunciar sobre o caso por enquanto.
O vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), que também está foragido porque não foi preso durante operação da Polícia Civil ontem, disse que deve retornar ao país na terça-feira (24). A previsão foi divulgada pelo advogado dele, Pedro Benedito Maciel Neto, na manhã deste sábado (21). Segundo o advogado, Vilagra está na fila de espera para conseguir volta no vôo de terça.
Presos até agora
Ricardo Chimirri Cândia (Ex-diretor de Planejamento da Prefeitura)
Gregório Wanderley Cerveira (Empresário)
João Thomaz Pereira Jr. (Empresário)
João Carlos Gutierrez (Empresário)
Alfredo Ferreira Antunes (Empresário)
Augusto Ribeiro Antunes (Empresário)
Marcelo Figueiredo (Empresário)
Luiz Arnaldo Pereira Mayer (Empresário)
Pedro Luiz Ibrahin Hallack (Empresário)
Valdir Carlos Boscato (Empresário)
Dalton dos Santos Avancini (Empresário)
Considerados foragidos
Demétrio Vilagra (Vice-prefeito de Campinas)
Carlos Henrique Pinto (Secretário de Segurança de Campinas)
Francisco de Lagos (Secretário de Comunicação de Campinas)
Ivan Goretti de Deus (Promotor de Eventos)
Maurício de Paulo Manduca (Lobista)
Emerson Geraldo de Oliveira (Lobista)
José Carlos Cepera (Empresário)
Gabriel Ibrahin Gutierrez (Empresário)
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