Polícia fecha abatedouro que fornecia carne ilegal para açougues de Campo Grande

O gado era abatido com marretas ou motoserra, cortado com facas enferrujadas e largado em locais sujos, com moscas e galinhas. A maioria destes animais estão doentes. Essas mesmas peças eram transportadas e vendidas para açougues da Capital, que a repassavam para os consumidores

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O gado era abatido com marretas ou motoserra, cortado com facas enferrujadas e largado em locais sujos, com moscas e galinhas. A maioria destes animais estão doentes. Essas mesmas peças eram transportadas e vendidas para açougues da Capital, que a repassavam para os consumidores

Na manhã desta quinta-feira (26) policiais prenderam em flagrante Reginaldo Marques Tenório, conhecido como ‘Tenórinho’, 33 anos, dono de um abatedouro ilegal de bovinos, localizado no bairro Nova Campo Grande, atrás do Aeroporto Internacional de Campo Grande.

No local, uma casa no meio do mato, o gado era abatido com marretas ou motoserra, cortado com facas enferrujadas e largado em locais sujos, com moscas e galinhas. Essas mesmas peças eram transportadas e vendidas para açougues da Capital, que a repassavam para o consumidor.

Segundo o delegado Adriano Garcia, da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), Tenório agia da seguinte maneira: comprava por até R$ 150 o chamado ‘gado quebrado’ (aquele doente ou com problemas), abatia de forma irregular, armazenava em freezers também inadequados, depois vendia para açougues.

Ainda segundo o delegado, um número grande, mas ainda não exato, de açougues compravam a carne ilegal.

Na manhã desta quinta a polícia encontrou seis cabeças de ‘gados quebrados’ próximos a casa, um deles agonizando no chão. Em outro lugar, também perto, um outro animal já estava abatido, embaixo de um pé de manga, e com galinhas bicando a carne.

Tenório foi autuado em flagrante, e pode responder por maus tratos a animais, utilização de motosserra, porte ilegal de arma (foram encontrados uma espingarda e duas garruchas), e crime contra a relação de consumo. Ele foi encaminhado para a Decon, pode pagar fiança e responder o processo em liberdade.

Tenório chegou a contratar um jovem menor de idade, que trabalhou no local por três dias. O rapaz não responderá criminalmente.

O abatedouro foi encontrado por uma equipe da Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), que pensou que o local poderia ser o cativeiro da estudante Marielly Rodrigues, de 19 anos, desaparecida há cinco dias. O Garras flagrou um animal sendo cortado com motosserra e chamou a Decon. Também participaram da operação o Iagro e o Ibama.

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