Ministério Público denuncia quatro quadrilhas de policiais

Em decorrência da Operação Guilhotina, o Ministério Público do estado do Rio de Janeiro denunciou, nesta sexta-feira (18), ao Juízo da 32ª Vara Criminal da Comarca do Rio, policiais civis e militares, além de informantes, que se apropriaram de bens e pertences apreendidos em diligências e operações. Segundo o MP, atuando em delegacias ou em […]

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Em decorrência da Operação Guilhotina, o Ministério Público do estado do Rio de Janeiro denunciou, nesta sexta-feira (18), ao Juízo da 32ª Vara Criminal da Comarca do Rio, policiais civis e militares, além de informantes, que se apropriaram de bens e pertences apreendidos em diligências e operações.

Segundo o MP, atuando em delegacias ou em posições estratégicas da Segurança Pública, esses policiais formavam quatro grupos criminosos que atuavam independentemente, utilizando-se das facilidades proporcionadas pelos cargos que exerciam.

As acusações enquadraram-se nos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e/ou ativa, peculato e violação de sigilo funcional, dentre outros, que variam de acordo com a conduta individual de cada acusado, como demonstrado nas denúncias em anexo.

Assinaram as denúncias os Promotores de Justiça Homero das Neves Freitas Filho, Alexandre Murilo Graça, Márcio José Nobre de Almeida e Luis Otávio Figueira Lopes.

A megaoperação da Secretaria estadual de Segurança Pública e da Polícia Federal começou na sexta-feira (11), em todo o Rio. A ação investiga o envolvimento de policiais com traficantes, milícias e a máfia dos caça-níqueis. Até o domingo (13) foram presas 38 pessoas, 30 são policiais (20 PMs e 10 policiais civis).

Segundo o delegado da Polícia Federal Allan Dias, a operação cumpre 45 mandados de prisão. Se os policiais foragidos não se apresentarem em até um mês, contando a partir de sexta-feira (11), serão demitidos por serem funcionários públicos.

Durante a Operação Guilhotina, forma apreendidos dois fuzis, duas carabinas, sete pistolas, um revólver, cerca de 5 mil munições, 12 rádiostransmissores, e relógios. Além disso, o delegado disse que cerca de R$ 60 mil em dinheiro, 700 euros e joias também foram encontrados.

Delegado transferido

Um dos alvos na megaoperação, o delegado Carlos Oliveira foi transferido da sede da PF, no Centro do Rio, para o presídio Bangu 8, no complexo penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste, na noite de sexta-feira (11). Os advogados não falaram com a imprensa.

Oliveira já ocupou o cargo de subchefe operacional da Polícia Civil e, há pouco mais de um mês, havia assumido a subsecretaria de Operações da Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop).

Em nota oficial, a prefeitura do Rio anunciou na sexta-feira (11) que iria exonerar Carlos Oliveira.

Ex-chefe de Polícia Civil é indiciado pela Polícia Federal

O ex-chefe de Polícia Civil do Rio, delegado Allan Turnowski, foi indiciado na noite de quinta-feira (17), após prestar depoimento de mais de três horas na Superintendência da Polícia Federal, na Zona Portuária da cidade. Turnowski deixou o cargo de chefe de Polícia Civil na terça-feira (15).

Segundo a PF, houve violação de sigilo funcional por parte de Turnowski. Ele teria alertado um inspetor sobre a investigação da Polícia Federal. O policial foi preso durante a Operação Guilhotina, deflagrada na última sexta-feira (11), suspeito de integrar uma milícia em Ramos. O ex-chefe de Polícia Civil negou que soubesse da operação.

A saída de Turnowski aconteceu quatro dias após a Operação Guilhotina. O então chefe de Polícia Civil chegou a ser chamado para prestar esclarecimentos na sexta-feira (11) passada.

Investigações

Segundo a Secretaria, a operação teve início em 2009, quando agentes tentavam prender o traficante Roupinol, comparsa do traficante Nem, na Rocinha. Na ocasião, policiais do estado do Rio atuaram junto com agentes da Polícia Federal de Macaé, no Norte Fluminense, depois de um vazamento de informações.

Com três testemunhas e um farto material, o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, chegou a ir a Brasília pedir à chefia da Polícia Federal que fosse feita uma parceria entre as forças de segurança, já que a PF também havia participado da operação conjunta há quase 2 anos e seguia investigando o grupo.

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