Homem que manteve mãe e filha reféns era investigado pela polícia

O homem de 25 anos preso na manhã desta terça-feira (4) após manter uma mulher e sua filha reféns já era investigado pela Polícia Civil por suspeita de ocultar uma arma utilizada para matar o irmão da mulher rendida. O caso aconteceu na região da Vila Dalila, Zona Leste de São Paulo. A mulher de […]

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O homem de 25 anos preso na manhã desta terça-feira (4) após manter uma mulher e sua filha reféns já era investigado pela Polícia Civil por suspeita de ocultar uma arma utilizada para matar o irmão da mulher rendida. O caso aconteceu na região da Vila Dalila, Zona Leste de São Paulo. A mulher de 37 anos e sua filha, de 5 anos, foram rendidas por volta das 22h desta segunda-feira (3). O homem só libertou as duas e se rendeu nesta manhã.

Uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estava com um mandado de busca e apreensão expedido para a casa do suspeito nesta manhã. Ao chegarem ao local, os policiais já encontraram o cerco feito para libertar as reféns. Após a rendição do homem, a arma procurada foi encontrada.

O pai e avô das vítimas, um comerciante que não quis se identificar, encontrou a casa de sua filha com a porta e o portão arrombados e as duas sumidas na noite desta segunda. Ele chegou a procurar a polícia, mas foi orientado a retornar para fazer um boletim de ocorrência nesta manhã caso as duas não aparecessem. No fim da madrugada, ele viu sua filha e sua neta retornando para casa ao lado de Jéferson Pessoa Lima, de 25 anos.

Ao vê-lo, Lima fugiu. O comerciante o seguiu e contou ter sido alvo de cinco disparos, que não o atingiram. Em seguida, Lima voltou até sua casa, que fica na mesma região, onde se trancou com mãe e filha – eles já haviam passado a noite no local. “Ele ligou no meu celular falando que ia matar minha filha, ia matar minha neta, que eu tinha que arranjar dinheiro para ele fugir”, contou. O comerciante então acionou a Polícia Militar. Quando a PM chegou ao local, a mulher foi libertada, mas a criança continuou rendida.

A menina só foi libertada após a chegada do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da PM, por volta das 8h. “Foram passadas para ele todas as garantias, que ele poderia ficar tranquilo, ele tinha medo que fosse acontecer algo com a vida dele. Ele confiou e viu que a polícia cumpriu a palavra. É todo um trabalho de demonstrar confiança e ganhar a confiança”, explicou o tenente Fernando Vitória.

Segundo a mãe de Lima, Maria de Lourdes Martins Pessoa, o filho tem problemas psiquiátricos e faz tratamento desde a infância, além de ser usuário de maconha. “Tem dia que ele está calmo, de repente ele fica muito agressivo, muito nervoso, mas só com palavras. Ele foi preso uma vez por roubo de fios, mas depois não fez mais nada. Mas continua usando drogas, andando com pessoas que não são certas e agora chegou nesse ponto”, disse a mãe do preso.

Ele irá responder por tentativa de homicídio e cárcere privado. O caso foi encaminhado para o 21º Distrito Policial, na Vila Matilde. A mãe e a filha rendida não tiveram ferimentos, mas ficaram muito abaladas e foram levadas para o hospital.

Rixa entre famílias

O irmão da mulher feita refém foi morto no dia 27 de novembro. De acordo com a família e a Polícia Civil, o assassino seria um homem de apelido Didi, que está foragido – o DHPP também tinha um mandado de prisão expedido para ele nesta manhã. Entretanto, o homem não foi encontrado. O rapaz morto seria testemunha de um roubo cometido por Didi e por um outro homem, que foi morto também em novembro após um confronto com a Polícia Civil.

Há cerca de duas semanas, o pai e o irmão do rapaz morto tiveram uma informação de que Lima guardava a arma usada no crime e foram questioná-lo. “Estava passando na rua, o vi sentado e parei para perguntar. Perguntei se ele era o ‘caveira’, ele disse que sim, levantou e saiu correndo. Quem sai correndo sem dar informação está devendo alguma coisa. Ele foi para a casa dele, pegou uma arma e colocou na minha cara e do meu outro filho. Falei que a polícia estava chegando e ele fugiu”, contou o comerciante.

A família de Lima, entretanto, argumenta que foi ameaçada. “A família delas [mãe e filha rendidas] invadiu nossa casa e ameaçou a gente, disse que ia tocar fogo na casa. Meu filho não tem nada a ver com a morte do rapaz. Ele só andava com o homem que matou. Mas ficaram falando que ele tinha envolvimento e ele ficou transtornado”, disse a mãe dele, Maria de Lourdes. A família também nega que Lima tivesse guardado a arma usada no crime.