Governo ‘engessa’ trabalho da PM e revolta policiais militares de Mato Grosso do Sul
Novas regras da Sejusp proíbem serviço de investigação da PM nos crimes que não envolvem membros da corporação e forçarão viaturas a ficarem paradas nas delegacias, dizem policiais.
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Novas regras da Sejusp proíbem serviço de investigação da PM nos crimes que não envolvem membros da corporação e forçarão viaturas a ficarem paradas nas delegacias, dizem policiais.
O governo estadual de Mato Grosso do Sul publicou duas resoluções que engessam o trabalho da Polícia Militar de MS, segundo os policiais. As novas normas, divulgadas na edição desta terça-feira (22), limitam a atuação do braço investigativo da PM, a chamada PM2. Além disso, obriga as guarnições a ficarem paradas nas delegacias até entregar os presos diretamente aos delegados de cada área.
“As regras anunciadas por Jacini só atrapalham o serviço policial daqui em diante”, resume o vice-presidente da Associação dos Cabos e Soldados de MS, Cláudio Souza. A entidade, que representa todos os praças da PM e dos Bombeiros, divulgou uma nota oficial de repúdio à determinação do Governo.
Para resolver a crise entre os policiais militares e o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Wantuir Jacini a entidade afirmou que já reùne apoio político. “Precisamos derrubar essas novas regras, pelo bem da população”, explica.
A medida de número 543, em vigor a partir de hoje, diz que o serviço reservado da Polícia Militar, o conhecido PM2, “tem por atribuição legal, proceder em âmbito criminal, investigações exclusivamente em sede de inquérito policial militar, instaurado para apurar infrações penais militares”.
A ACSPMBM (Associação dos Cabos e Soldados da PM e dos Bombeiros), fez duras críticas às resoluções. “acrescentamos que o trabalho de inteligência da PM-MS já desvendou vários crimes de comoção social, e que em nenhum momento deixou de atender ou trabalhou contra o trabalho da Polícia Civil”.
A outra medida anunciada pela Sejusp, a de número 541, determina de que maneira o policial militar deve agir ao prender um suspeito. Com a nova regra, os policiais “que encontrarem pessoas em flagrante delito deverão efetuar a prisão e apresentar o preso imediatamente ao delegado de Polícia”.
Segundo a norma, se o delegado não estiver, o policial deve apresentar o preso “em lugar mais próximo”, jamais “encaminhar o preso a qualquer unidade de segurança pública que não a de plantão do delegado”.
Viaturas paradas
A reação da entidade ligada aos militares: “nesse sentido, podemos citar, a título de exemplo, que a partir de agora as viaturas policiais da PM terão que, em qualquer ocorrência, aguardar o atendimento do Delegado de Polícia para só depois voltar a fazer o trabalho ostensivo e preventivo, sendo que aí só quem perde é a sociedade e a bandidagem ganha, em razão de práticas que doravante terão que ser atendidas”, diz o comunicado.
“O que se verifica do teor da citada Resolução é que a maioria das padronizações já são práticas rotineiras da Polícia Militar”, acrescentou a nota.
O vice-presidente da entidade, Cláudio Souza, disse que as resoluções são “baldes de água” na segurança pública estadual.
“A turminha da Sejusp, que fica o dia todo embaixo de ar condicionado, acha que aqui é Estados Unidos. O secretário [Jacini] está distante do meio policial. Nossas polícias não têm estrutura. Nas delegacias da Polícia Civil faltam policiais. E as viaturas da PM nem gasolina suficiente têm para as rondas”, denuncia.
“Aqui na ACS ninguém está no bolso do governo, vamos conversar com os deputados, os vereadores, porque isso não pode ficar assim, é um retrocesso”, reclamou o vice-presidente. O secretário Wantuir Jacini ainda não se manifestou quanto à discórdia dos militares.
A reportagem entrou em contato com o secretário de estado de Segurança Pública, Wantuir Francisco Brasil Jacini, que assina as resoluções, mas não obteve contato até o momento.
Notícias mais lidas agora
- Chuva chega forte e alaga ruas da região norte de Campo Grande
- Há 13 anos, casa no bairro Santo Antônio é decorada por Elizabeth com enfeites únicos de Natal
- Pais são presos após bebê de 2 meses ser queimado com cigarro e agredido em MS
- VÍDEO: Moradores denunciam mulher por racismo e homofobia em condomínio: ‘viadinho’
Últimas Notícias
Previsão indica chuvas e ventos em MS nesta sexta-feira
Monitoramento informa chance de chuva acompanhada com queda de granizo
Depois de ingerir ‘kit de vodca com energético’ e empinar moto, rapaz cai e acaba preso
Acusado estava embriagado e utilizou uma faca
[ BASTIDORES ] Gripe quase impediu leitura de ‘lista centenária’
Férias estão entre os assuntos quentes dos parlamentares
Milei pode ser ameaça a direitos trabalhistas em acordos do Mercosul
O peso da China O PT quer impor regras de respeito aos direitos trabalhistas, direitos humanos e sindicais via Conselho do Mercosul. O Brasil aguarda, preocupado, a proposta de agenda da Argentina para o bloco, que presidirá o Conselho no 1º semestre de 2025. O presidente Javier Milei não nutre nenhuma simpatia pelo Mercosul e…
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.