Considerado um dos traficantes mais poderosos e perigosos da organização criminosa de Fernandinho Beira-Mar, Alexander Mendes da Silva, 37 anos, mais conhecido como Polegar, foi preso no final da tarde desta terça-feira (18) na divisa com o Mato Grosso do Sul.

De acordo com reportagem publicada no site do jornal O Progresso, na manhã desta quinta-feira (20), Polegar foi flagrado por agentes da Secretaria Nacional Anti-drogas (Senad) em uma rua do bairro Guarani, na periferia de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, cidade que faz divisa com o município brasileiro de Ponta Porã.

No momento da captura ele apresentou um documento de identidade paraguaio com o nome de José Targino da Silva Júnior e também uma carteira permanente de migração com os mesmos dados do documento de identidade paraguaio.

Segundo a Polícia Federal brasileira, criminoso que possui três mandados de prisão, se refugiou na cidade paraguaia Pedro Juan Caballero depois que o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, foi ocupado por forças policiais daquele Estado, durante série de operações.

Ele foi preso durante uma operação realizada pelos agentes da Senad, e está preso na Base de Operações do órgão, em Pedro Juan Caballero, onde aguarda uma decisão da justiça paraguaia para ser expulso do país e entregue para a Polícia Federal de Ponta Porã.

Segundo o jornal, Polícia Federal e Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro já negociam com a Secretaria Nacional Antidrogas do país vizinho (Senad) a transferência do criminoso para a capital fluminense. Em nota, o secretário José Beltrame já adiantou que pedirá à Justiça “a imediata transferência de Polegar para um presídio federal fora do Estado”.

Alexander Mendes Silva, que é integrante do Comando Vermelho, já chefiou o tráfico de drogas nas comunidades Mangueirinha, Mandela, Arará e Jacarezinho, na zona norte, do Rio.

Ele teria deixado a Mangueira por desavenças internas na facção criminosa e se mudado para o Complexo do Alemão, onde vivia numa casa de três andares, e gerenciava várias “bocas de fumo” em troca de parte do lucro. No entanto, após a tomada do conjunto de favelas, em novembro do ano passado, a polícia do Rio não conseguiu mais localizá-lo.

Polegar foi preso pela primeira vez, em 2001, em Fortaleza-CE, pela extinta Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Ele é acusado de chefiar várias ações ousadas cometidas pelo Comando Vermelho, dentre elas um ataque à Polinter, do Rio, que resultou na fuga de quatorze detentos.

Condenado a dezesseis anos de prisão por tráfico de drogas e associação para o tráfico, Polegar conseguiu a transferência para regime semiaberto, em agosto de 2009, graças ao benefício concedido pela 1ª Câmara Criminal, e no dia 12 de agosto de 2009, foi transferido para a Casa do Albergado Crispim Ventino, em Benfica. No dia 14 de agosto do mesmo ano, deixou o local acompanhado de seus advogados e seguiu para a Favela do Arará. Ele teria que retornar até às 22h para dormir, porém não mais retornou ao sistema prisional, tornando-se um foragido da Justiça.

Recentemente, ele e outros sete laranjas foram denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, onde responderão à ação penal na 2ª Vara Criminal de Santa Cruz pelos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. A denúncia relata a forma com Polegar agiu, a partir de 2003, para ocultar da Justiça o lucro obtido por ele na condição de chefe do tráfico no Morro da Mangueira.

Condenado a prisão por quatro varas criminais por crimes cometidos entre 1994 e 2002, o criminoso, registrou imóveis e veículos em nome de pessoas sem antecedentes criminais. Segundo o MP, a ação revela absoluta discrepância entre a renda declarada ao Fisco e os bens dos réus, inclusive os bens em nome de Polegar não param de surgir.

A Justiça decretou a indisponibilidade de cinco imóveis do traficante, inclusive o tríplex na cidade de Cabo Frio. Corretores da região avaliaram o imóvel, que tem três suítes decoradas e salão, em cerca de R$ 400 mil. Os outros imóveis do traficante foram localizados no Leblon, na Barra da Tijuca, em Jacarepaguá e em Niterói.

Com informações do Jornal O Progresso