Caso Mayana: Justiça extingue processo de acusado que mentiu em depoimento à polícia
Perante o juiz, Kennethy Gonçalves Pereira da Silva reformou a versão dada durante a fase de inquérito. Ele chegou a ficar detido por quatro dias em 2010 pelo falso testemunho
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Perante o juiz, Kennethy Gonçalves Pereira da Silva reformou a versão dada durante a fase de inquérito. Ele chegou a ficar detido por quatro dias em 2010 pelo falso testemunho
O juiz titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Aluízio Pereira dos Santos, extinguiu o processo contra Kennethy Gonçalves Pereira da Silva, acusado de falso testemunho no caso da morte de Mayana Duarte ocorrida no ano passado. Após a audiência de três testemunhas de acusação na tarde desta quinta-feira (10), a defesa pediu que o interrogatório do cliente fosse antecipado, o que a promotoria concordou.
Em juízo, Kennethy reformou a versão dada à autoridade policial de que teria consumido toda a bebida alcoólica discriminada na comanda – quatro cervejas e três doses de tequila. Ele estava no bar em companhia de Anderson de Souza Moreno, vulgo “Fuscão”, e Willian Jhony de Souza Ferreira na madrugada de 14 de junho, e na saída os dois teriam disputado um “racha” na avenida Afonso Pena.
O Vectra conduzido por Anderson avançou o sinal vermelho na altura do cruzamento com a rua José Antônio, atingindo o Celta de Mayana. Ela morreu dias depois.
Segundo o advogado de defesa, Abdalla Maksoud Neto, seu cliente admitiu que as bebidas foram consumidas pelos três, e justificou a versão diferente pois achava que poderia ajudar os amigos.
À época da fase de inquérito, Kennethy foi preso após dar o falso testemunho, e permaneceu quatro dias detido. O processo segue agora com os dois acusados por homicídio com dolo eventual no trânsito, agravado por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A próxima audiência com a oitiva de testemunhas de defesa e o interrogatório de Anderson e Willian foi designada para 28 de fevereiro.
De acordo com o juiz titular, o Código Penal prevê a extinção do processo de falso testemunho quando o acusado se retrata das informações falsas prestadas, e com a desobstrução da justiça a pena fica isenta.
O promotor do caso, Douglas Oldegardo Cavalheiro, disse que Kennethy não trouxe informações novas para o interrogatório, confirmando apenas que o sinal vermelho foi avançado por Anderson – fato que já tinha sido comprovado pela perícia e relatado por testemunhas de acusação.
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