Caso Marielly: Com esquema para evitar a imprensa, cunhado se entrega à polícia nesta manhã

A prisão temporária de Hugleice da Silva foi marcada por informações desencontradas repassadas pela polícia e pelo advogado do suspeito para despistar a imprensa.

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A prisão temporária de Hugleice da Silva foi marcada por informações desencontradas repassadas pela polícia e pelo advogado do suspeito para despistar a imprensa.

A prisão temporária de Hugleice da Silva, cunhado da jovem Marielly Barbosa Rodrigues, nesta quinta-feira (14), foi marcada por informações desencontradas repassadas pela polícia e pelo advogado do suspeito para despistar a imprensa.

Desde às 7 horas, a reportagem do Midiamax entrou em contato com José Roberto Rodrigues da Rosa, o advogado de Hugleice da Silva, 25 anos, para saber onde ele iria se entregar, porém a informação foi de que ele não avisaria o local e nem o horário.

Dessa forma a reportagem seguiu a polícia até a DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) e a Derf (Delegacia Especializada em Roubos e Furtos). Segundo informações da polícia, Hugleice se entregou hoje pela manhã e neste momento presta depoimento da Derf, porém não se sabe como ele chegou até o local, já que várias informações desencontradas foram divulgadas.

A polícia informou que, ele teria entrado na Derf dentro de uma blazer da Polícia Civil. Outra informação, era que ele foi até a Delegacia de Roubos dentro de uma viatura de cor branca, descaracterizada, da DEH. Entretanto, o advogado do suspeito revelou que, Hugleice teria se apresentado na Cepol (Centro Integrado de Polícias Especializadas) e depois deslocado até a Derf.

A única informação certa é de que Hugleice já se entregou à polícia e está prestando novos esclarecimentos sobre os casos. Para seu advogado, o mandado de prisão é devido a fatos contraditórios no inquérito policial. Já o delegado responsável pelas investigações acredita que, há necessidade da prisão para novos esclarecimentos.

O mandado de prisão temporária de Hugleice, com validade de 30 dias, foi expedido na noite de terça-feira (12) pela juíza Silvia Eliane Tedardi da Silva, da Comarca de Sidrolândia. Não foi revelado os argumentos utilizados para sustentar uma detenção com prazo superior a cinco dias, período normal de uma prisão temporária. Já em Sidrolândia – a 64 km a leste de Campo Grande, está preso, Jodimar Ximenes Gomes, 40 anos, que é enfermeiro e é suspeito de ter praticado o aborto na jovem.

Controvérsias 

A quebra do sigilo telefônico de Hugleice mostra que o rapaz mentiu no primeiro depoimento que prestou ao delegado da DEH, Fabiano Nagata, quando disse que não tinha visto e nem falado com Marielly no dia que ela desapareceu, 21 de maio. Porém, a quebra do sigilo telefônico mostra que os dois se falaram momentos antes da jovem ter saído de sua casa.

A polícia analisou o histórico de ligações entre os dois, ponderando que o mesmo celular também era usado pela irmã de Marielly. Outros dados revelados pela quebra do sigilo ainda são mantidos em segredo pela polícia.

A defesa chegou a alegar hoje pela manhã, que as duas vezes que Hugleice falou com Marielly no dia do sumiço foi por conta de ligações dela. “A garota ligou para ele, mas ele não viu. Depois ele retornou ara Marielly e ela queria saber se mãe, que estava acompanhada com a irmã – mulher dele, havia chegado em casa, e ele disse que não. Mais tarde, a garota voltou a ligar para ele fazendo a mesma pergunta, só que desta vez, ela estava em Sidrolândia e ele não tinha conhecimento disso”.

Sobre o pedido de prisão contra o enfermeiro, que também é suspeito de envolvimento na morte de Marielly, é porque uma testemunha, não revelada pela polícia, afirma ter visto a jovem entrando na clínica de estética dele, no mesmo dia que ela desapareceu. No local pode ter ocorrido aborto que a levou à morte. (Com informações de Eliane Souza)

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