RJ pede transferência de 8 presos após onda de violência

O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, solicitou à Justiça a transferência imediata de oito líderes de facções para presídios de segurança máxima fora do Estado. De acordo com Beltrame, a secretaria possui uma lista de 13 líderes que atuariam dentro dos presídios do Rio e estariam por trás dos […]

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O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, solicitou à Justiça a transferência imediata de oito líderes de facções para presídios de segurança máxima fora do Estado. De acordo com Beltrame, a secretaria possui uma lista de 13 líderes que atuariam dentro dos presídios do Rio e estariam por trás dos recentes ataques ocorridos na cidade.

“Temos uma lista com 13 pessoas que consideramos influentes e perigosas. No momento, estamos pedindo a transferência imediata de oito delas”, afirmou o secretário durante entrevista coletiva concedida na tarde desta terça-feira.

Violência

A onda de ataques teve início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro.

Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer) que andava em velocidade reduzida devido a uma pane mecânica. A quadrilha chegou a arremessar uma granada contra o utilitário Doblò. O ocupante do veículo, o sargento da Aeronáutica Renato Fernandes da Silva, conseguiu escapar ileso.

Ainda no domingo, em arrastão na Via Dutra, uma quadrilha armada bloqueou um trecho da pista sentido São Paulo, na altura de Pavuna, e roubaram um Kia Cerato e um Prisma. Na ação, uma das vítimas, identificada como Guilherme Feitosa da Silva, 26 anos, foi baleado na cabeça e levado em estado grave para o Hospital Getúlio Vargas.

Na manhã de segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à avenida Brasil, em Irajá, também na zona norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos – uma van de passageiros que fazia o trajeto de Belford Roxo para o Centro, um Monza e um Uno. Também na segunda pela manhã, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que queimaram os carros no Trevo das Margaridas.

À noite, criminosos atearam fogo em outros dois veículos na rodovia Presidente Dutra, sentido Capital, na altura da Pavuna. Na zona norte, uma cabine da Polícia Militar (PM) foi metralhada próximo ao shopping Nova América, em Del Castilho.

Já na manhã desta terça-feira, dois homens foram mortos a tiros em um Honda Civic na rodovia Washington Luís, altura do km 122. No morro Mandela, Complexo de Manguinhos, um suspeito morreu e outros 11 foram detidos em ação da PM em 17 comunidades do Rio de Janeiro e região metropolitana.

A cúpula da PM anunciou também nesta terça a operação “Fecha Quartel”, que prevê colocar todos os homens nas ruas para reforçar o patrulhamento. A PM informou que reduzirá as folgas dos policiais gradativamente até o ano que vem, além de prometer a contratação de 7 mil policiais. Para o combate ao crime, a corporação ainda utilizará o Batalhão de Choque e 140 motocicletas.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, atribuiu a escalada de violência à atuação do Estado no combate à criminalidade nas favelas. “Sem dúvidas isso tem relação com a nossa política de segurança pública”, afirmou, referindo-se à implantação das UPPs.

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