Nem familiares de Curitiba (PR), nem amigos foram até a 4ª DP (Delegacia de Polícia), das Moreninhas, para visitarem o projetista Luis Afonso de Andrade, 42, preso como principal suspeito de estrangular e carbonizar a ex-esposa Eliane Aparecida Nogueira, 39, assassinada no dia 2 de junho, em Campo Grande.

“Não sei se ele tinha amigos que sumiram ou não tinha amigos”, disse ao Midiamax o responsável pela investigação e custódia do preso, delegado Welington de Oliveira.

Andrade tem como advogado de defesa Rui Gibin. Enquanto o inquérito não for concluído, Oliveira acredita que a Justiça não deverá analisar recursos do suspeito. Faltam ainda as conclusões de todos os laudos: necropsia, local onde o corpo foi encontrado [no Bairro Tiradentes], do veículo Pólo da arquiteta, que foi carbonizado, e ainda, das filmagens que mostram Andrade em uma conveniência, onde comprou fósforo.

À polícia ele nega o crime e permanece em silêncio, direito previsto em lei.

O delegado explica que a prisão temporária, que dura 30 dias, pode vir a ser prorrogada se ele entender que ainda se faz necessário outro exame pericial. Depois disso, ele vai pedir a prisão preventiva [por tempo indetermindado] de Andrade por não ter dúvidas de que ele é o responsável pelo crime.

O caso

Um vídeo mostra o momento em que o suspeito entrou em uma conveniência às 4h para comprar fósforo e cigarro. O comércio fica na Avenida Três Barras distante a quatro quilômetros de onde o corpo da arquiteta foi encontrado. As imagens gravaram o momento em que o ex-marido passou a pé e entrou na conveniência e depois, mostrou quando ele retornou. Foram cerca de 20 minutos.

“Ele premeditou colocar fogo e destruir as provas”, suspeita o delegado.

À polícia, o ex-marido disse que esteve em uma festa, leilão de artes, e por volta da 1 hora deixou Eliane na casa dela e lá, trocou de carro e seguiu para a residência dele no veículo Volvo. Essa foi a versão dele de que não mais saiu de casa, dormiu e não esteve com Eliane.

Porém, o vídeo desmonta essa versão.

Suspeitas

O delegado descarta que o ex-marido tenha premeditado o assassinato da mulher, com quem tentava reatar. Porém, mais um componente deverá ser esclarecido pela perícia. Eliane foi estrangulada e depois queimada. Porém, há suspeita de que ela teria sofrido uma tentativa de estupro e lutado contra a violência. Legistas não conseguiram encontrar no útero dela resquício de esperma, mas a suspeita não é descartada, segundo informações extraoficiais apuradas pelo jornal Midiamax.

O motivo, ainda não estaria bem claro, mas conforme Oliveira, o ato não teria sido premeditado e o suspeito agido pelo ímpeto. “Nesse caso, tenho absoluta certeza de que a perícia é que vai auxiliar na elucidação”.

Conforme o delegado, “provavelmente” constará na certidão de óbito da arquiteta que a causa da morte foi “asfixia mecânica e fogo”, ou seja, ela teria sido esganada e após isso, queimada. Amigos e familiares disseram ao Midiamax que esperam Justiça.