A Polícia Federal marcou para segunda-feira o interrogatório do ex-governador José Roberto Arruda, acusado de comandar o esquema de corrupção investigado pela operação Caixa de Pandora. No mesmo dia será ouvido o ex-secretário de Comunicação Wellington Moraes, preso junto com Arruda e outras quatro pessoas, acusadas de obstrução à Justiça e tentativa de suborno ao jornalista Edson dos Santos, o Sombra, testemunha chave do inquérito.

A medida foi determinada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), a pedido da Procuradoria-Geral da República, que cobrou celeridade nas investigações e deu prazo de dez dias para que todos os acusados sejam ouvidos. Serão ouvidos, além de Arruda, 40 acusados de envolvimento no esquema. O ex-vice-governador Paulo Octavio Pereira (ex-DEM) antecipou-se à intimação e se apresentou hoje ao delegado Alfredo Junqueira, encarregado do inquérito. Mas ficou apenas 15 minutos e usou o direito constitucional ao silêncio.

O interrogatório de Arruda é um passo prévio para sua libertação. Impossibilitado de voltar ao cargo, uma vez que foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e não recorreu, em tese, extingue-se o risco de uso do poder para interferir no inquérito, razão pela qual foi preso em 11 de fevereiro passado.