Índios chamam “rezadores” enquanto esperam polícia para desocupação de área

O chamado dos rezadores, segundo liderança indígena, é para mostrar que os acampados pretendem manter diálogo pacífico. Eles querem continuar na fazenda onde dois professores indígenas desapareceram.

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O chamado dos rezadores, segundo liderança indígena, é para mostrar que os acampados pretendem manter diálogo pacífico. Eles querem continuar na fazenda onde dois professores indígenas desapareceram.

Os quase 100 indígenas que estão no acampamento guarani-caiuá de Y´poi, na Fazenda São Luiz, em Paranhos, chamaram rezadores de Kurussu Ambá para se prepararem espiritualmente para a chegada do oficial de justiça e de policiais para a reintegração de posse.

O chamado dos rezadores, segundo liderança indígena, é para mostrar que os acampados pretendem manter um diálogo pacífico e tentar mais uma vez negociar a permanência na fazenda. Os índios alegam que não foram esgotadas ainda todas as possibilidades deles ficarem na terra, uma vez que existe no Supremo Tribunal Federal um recurso para ser julgado.

A Vara de Justiça Federal de Ponta Porã acatou o pedido e expediu o mandado de reintegração de posse impetrado em favor dos proprietários da fazenda São Luiz, no município de Paranhos, dando um prazo de 10 dias para que todos saíssem voluntariamente da terra. O prazo terminou na semana passada.

Segundo decisão, é obrigatória a presença da Polícia Federal e de membros da Fundação Nacional do Índio (Funai) durante a reintegração de posse

As lideranças temem um conflito entre policiais e índios, mesmo a comunidade dando a entender um diálogo pacífico. “A gente espera a presença da Cigcoe aqui a qualquer momento. Não estamos pintados para a guerra. Não queremos guerra, apenas tentar um prazo até o recurso do STJ sair”, diz uma liderança.

A fazenda São Luiz é a mesma que os professores indígenas Genivaldo Vera e Rolindo Vera desapareceram no dia 31 de outubro do ano passado.

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