Policiais capacitados para agir em situações de riscos, especiais, cumprem hoje missões como conduzir os menores infratores até o conhecido banho de sol ou cuidar de alojamento da Unei, em Campo Grande

Homens da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais), considerada a tropa de elite de Mato Grosso do Sul – pelo preparo diferenciado que recebem – estão trabalhando com escolta dos adolescentes que cumprem pena na Unei (Unidade Educacional e Internação) Dom Bosco, órgão provisoriamente funcionando nas dependências da Colônia Penal Agrícola.

Os militares da Cigcoe estão no local desde a rebelião que aconteceu no dia 2 de setembro deste ano, quando foram destruídos alojamentos e um menor foi feito refém por um grupo rival.

A função dos policiais tem sido de verdadeiros carcereiros, pois estão com a responsabilidade de fazer visitas aos alojamentos da Unei, local que abriga menores infratores a cada 30 minutos, conduzir os garotos para banho de sol e ainda monitorar as conversas para verificar se estão planejando algum motim.

Um policial que não quis se identificar, afirma que a queixa não é por vaidade, mas porque este tipo de contato com os adolescentes acaba comprometendo o serviço deles também.

“Com isto acaba nosso diferencial que é o praticamente anonimato e elemento surpresa na hora de agir. Estamos tendo convivência com eles, quando, na verdade, quando chegamos num local de conflito é pra resolver o problema e ir embora”, explica.

Outro policial, que também não quis se identificar, faz uma revelação ainda mais preocupante. Segundo ele, enquanto a Cigcoe faz carceragem na Unei, a Rondas Táticas da Capital (Rotac) não está com seu trabalho rotineiro. “Se acontecer alguma coisa que precisar do nosso apoio teremos que deixar a Unei e aí surge a possibilidade dos menore se aproveitarem para fazer outro motim”, alerta.

A tropa

A Cigcoe trabalha com quatro pelotões especializados para cada tipo de situação: a Rotac que efetiva o patrulhamento em áreas de violência; o Choque; o GAT de ações táticas especiais, que lida com casos onde há reféns ou bombas e a ROCA, que é o quarto pelotão, onde atuam os cães, que são uma ferramenta a mais que a Companhia tem para utilizar no combate à criminalidade.