A.T.S afirma que não viu sinalização de policiais para parar e seguiu normalmente até ser abordado quando estacionou a moto. O rapaz exibe multa que consta nome de um dos PM´S que, segundo ele, o agrediu desnecessariamente.

A.T.S, registrou um boletim de ocorrência nesta quinta-feira contra dois policiais militares lotados na Companhia Independente de Trânsito de Campo Grande (Ciptran). Depois de procurar duas delegacias e ter o pedido negado, o rapaz foi informado que seria atendido na Corregedoria da Polícia Militar.
 

Ele afirma que na quarta-feira (15), por volta das 15h30, na Rua Pernambuco, parou para deixar a motocicleta de sua propriedade na casa de uma amiga a uma quadra do local onde trabalha como garçom. Quando saiu, foi abordado por dois policiais de trânsito, sendo que um deles tinha arma em punho e ambos mandaram que A.T.S encostasse na parede. Na versão do rapaz, antes mesmo de obedecer às ordens, ele foi agredido com socos na altura do estômago e coronhadas na cabeça e braço.

A.T.S afirma que logo em seguida enconstou na parede e ergueu a blusa para mostrar que não estava armado. Um colega de trabalho que o acompanhava também foi agredido, porém com menor gravidade. O rapaz diz que questionou o que aconteceu e neste momento um dos policiais disse que algumas quadras atrás teriam pedido para que ele parasse e que não haviam sido obedecidos.
 

O jovem admite que não possui habilitação, mesmo assim garante que não teria visto a sinalização dos policiais e diz que ficou indignado por ter sido tratado como bandido. “Não tenho carteira de habilitação, mas se tivesse visto os policiais eu teria parado. Não sou bandido pra fugir. Eu ia parar se tivesse visto eles e escutado o apito. De capacete e com o barulho do trânsito eu não percebi nada”, explica.

Na multa expedida por um dos policiais consta o nome de um dos soldados acusados. A.T.S foi multado por pilotar sem autorização (Sem ), com agravo de ter fugido do local solicitado pelos policiais. “Vou pagar a multa porque realmente estava errado, mas não vou deixar a agressão passar em branco. Como sou um , pai de família e sem problemas com nenhuma polícia, fui fazer a denúncia para quem apura abusos policiais”, conta.
 

A.T.S também revelou que vai procurar outros órgãos para ter certeza de que o caso vai ser levado adiante, um deles será o Centro de defesa dos direitos Humanos Marçal de Souza (CDDH).

A esposa do rapaz está grávida de seis meses e desde ontem ela tem acompanhdo o marido na tentativa de registrar boletim de ocorência sobre o caso. Ela e a filha do casal, de 6 anos, também foram ao Imol acompanhar A.T.S para fazer o exame de corpo de delito, que foi solicitado pela corregedoria para constar nos autos.

Comando

O comandante da Ciptran, major Alírio Villasanti afirma que ainda não tinha sido comunicado do fato nem oficial nem extraoficialmente. Ele diz que o policial citado e também seu companheiro de serviço, que será identificado por meio da escala de serviço, vão continuar trabalhando normalmente até que se conclua o inquérito a ser instaurado. Em caso de comprovação das agressões, os servidores públicos receberão as penalidades previstas.
 

“Não é normal este tipo de situação envolvendo policiais da Ciptran, muito pelo contrário, pois nós temos uma política de bastante proximidade com a população”, comenta o major Villasanti. Para ele, outro fato também causa estranheza, uma vez que as viaturas são novas e possuem um sistema de sirene com volume considerável. Além disso, perseguições, normalmente são feitas com motos, com exceção de quando a ocorência exige um deslocamento com, por exemplo, fuga de barreira.
 

Ainda de acordo com o comandante da Ciptran, caso A.T.S tenha prestado um depoimento calunioso, a unidade vai orientar os dois policiais sobre a possibilidade de que eles processem judicialmente o rapaz, mas isto ficará a critério de cada PM. “O policial citado possui boa conduta, bom comportamento e, por questão de justiça para os dois lados, vamos ouvi-los também. Em outros casos, a população também pode nos procurar e fazer seus relatos e ”, finaliza.