O cônsul do Paraguai em Ponta Porã, Francisco Sosa de Larrosa, enviou ofício ao delegado Joel José da Silva, do 2º Distrito Policial de Ponta Porã, pedindo informações sobre a prisão do paraguaio Alfredo Jara López, 19 anos, conhecido por ‘Cacique’, autuado em flagrante na última quarta-feira (19) pelo crime de estupro contra uma criança de quatro anos.

A autoridade consular disse que tomou conhecimento da prisão pela imprensa e que na quinta-feira (20) esteve no presídio masculino de Ponta Porã e não encontrou seu compatriota entre os reclusos. Se dizendo “preocupado com o fato”, Francisco de Larrosa solicitou à Polícia Civil a confirmação do paradeiro do acusado.

Além das informações sobre as circunstâncias da prisão, no mesmo documento o cônsul pediu que toda e qualquer prisão de cidadãos paraguaios lhe fossem informadas, “para que possamos dar cumprimento ao que foi estabelecido na Convenção Internacional de Viena”, argumentou.

Em despacho feito ontem, o delegado Joel José da Silva determinou que fosse encaminhado ofício ao cônsul paraguaio informando tudo o que foi solicitado e também que fosse juntada cópia do mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça Criminal e da solicitação de transferência do acusado para outra localidade. “Informar a prisão de paraguaios é uma prática diária das nossas delegacias”, garantiu.

O caso

Alfredo Jara López foi preso por policiais militares de Ponta Porã no final da tarde de terça-feira (19), acusado de violentar uma criança de apenas quatro anos de idade, filha de uma vizinha, no Jardim Aeroporto. A polícia foi alertada sobre o caso por uma enfermeira do posto de Saúde do bairro, que ouviu a queixa da mãe da vítima.

A mãe da criança procurou o posto e relatou que todos os dias ela sai de casa para coletar materiais recicláveis e que deixa seus filhos sozinhos. Disse que ontem, ao regressar para casa, sua filha se queixava de dores. A menina contou que o elemento havia tirado sua roupa e colocado os seus dedos seus órgãos genitais.

Além de molestar a garotinha, o acusado também a teria mordido e ameaçado de forma violenta o irmão dela, de dez anos, caso o denunciasse. O fato também teria ocorrido em dias anteriores. Diante da denúncia, a Polícia Militar montou ‘campana’ e conseguiu prender ‘Cacique’ quando chegava em casa, no final da tarde.

Com o rapaz os policiais encontraram um batom de criança, que teria sido reconhecido pela vítima como sendo seu, pois havia ganhado da avó. A criança foi encaminhada para exames no IML (Instituto Médico Legal) e o legista confirmou a violência sexual, inclusive com rompimento do hímen, segundo a PM.

O acusado foi encaminhado ao 1º Distrito Policial, onde foi autuado em flagrante. Alfredo foi entregue na delegacia com uma lesão na cabeça, que teria sido ocasionada no momento em que era colocado no camburão. A polícia já começou a ouvir os implicados da violência sexual doméstica.