Advogado de Artuzi nega ‘boato’ sobre pedido de renúncia do prefeito preso por corrupção

Carlos Marques, defensor do prefeito de Dourados, detido por corrupção, diz que o cliente deve brigar pelo mandado; renúncia poderia provocar nova eleição logo

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Carlos Marques, defensor do prefeito de Dourados, detido por corrupção, diz que o cliente deve brigar pelo mandado; renúncia poderia provocar nova eleição logo

O advogado Carlos Marques, defensor do prefeito afastado Ari Artuzi, de Dourados, preso desde setembro passado, por corrupção, segundo a Polícia Federal, negou que seu cliente estaria disposto a renunciar ao cargo. O boato corre nos meios políticos tanto de Dourados quanto de Campo Grande, desde a segunda-feira.

Segundo as informações, um pedido de renúncia já assinado por Artuzi estaria em poder de Marques, mas a decisão sobre a conveniência da atitude dependeria de conversas com lideranças políticas regionais.

Carlos Marques garante que são boatos. Ele afirma que não conversa desde a semana passada com Artuzi, detido em regime isolado no presídio federal de Campo Grande. O defensor informou que desconhece a suposta renúncia e acha que o assunto é apenas um “boato político”. O advogado disse o prefeito deve lutar para permanecer no cargo.

Artuzi, a mulher dele, o vice-prefeito de Dourados, Carlinhos Cantor, do PR, e quatro vereadores, são mantidos encarcerados desde o dia 1º de setembro passado, durante a Uragano, operação da PF que desmantelou um esquema de fraude em licitações públicas.

Artuzi, para a PF, seria o chefe do esquema que renderia ao menos meio milhão de reais mensais à quadrilha. Na operação, 29 pessoas foram detidas, entre elas 9 vereadores, empresários e servidores públicos de Dourados.

Carlos Marques já moveu ao menos dois recursos como meio de livrar o prefeito da prisão. Sem sucesso, ele promete recorrer no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Marques acha que a prisão de Artuzi é mais “política” do que “jurídica”.

Para ele, o prefeito, já afastado do cargo por determinação judicial, teve os bens confiscados e não atrapalharia o processo caso fosse posto em liberdade.

A renúncia de Artuzi, que seria uma estratégia para tirá-lo da prisão e poderia provocar nova eleição em Dourados. Corre na Câmara dos Vereadores da Cidade uma investigação que pode também motivar a renúncia do prefeito, daí a necessidade da eleição.

Contudo, existe uma interpretação jurídica que poderia desfazer a ideia de um novo pleito. Entendidos no assunto acham que deveria assumir a prefeitura, em caso de renúncia, o segundo colocado na disputa que elegeu Artuzi prefeito de Dourados. Confirmado isso, o vice-governador do Estado, Murilo Zauith, do DEM, seria o escolhido, já que ele perdera a eleição para Artuzi em 2008.

Enquanto nada se define, o município é comandado pela presidente da Câmara dos Vereadores, Délia Razuk, do PMDB.