À Justiça, presos na Owari afirmam ‘desconhecer’ esquema de corrupção
Já para a PF, implicados fraudavam licitação, integravam quadrilha, praticavam crime contra ordem econômica e até agiotagem
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Já para a PF, implicados fraudavam licitação, integravam quadrilha, praticavam crime contra ordem econômica e até agiotagem
Os 11 envolvidos num suposto esquema de corrupção, desmantelado a partir da Owari, operação da Polícia Federal imposta em julho do ano passado, em Dourados, disseram desconhecer o esquema em depoimentos concedidos na manhã desta quinta-feira no TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
O prefeito da cidade, já afastado judicialmente, Ari Artuzi, o vice Carlinhos Cantor e o vereador Sidlei Alves, também foram interrogados.
O trio está preso desde setembro passado, por suposto envolvimento em outra investigação da PF, a Uragano, que também desvendou um esquema de corrupção por meio de direcionamento de licitações públicas.
Na operação Owari (ponto final em japonês), a PF prendeu 42 pessoas, entre as quais empresários servidores públicos e políticos como vereadores de Dourados e os vice-prefeitos de Dourados e Ponta Porã. Dos implicados na Owari, ninguém está preso.
Sizuo Uemura, um dos empresários mais ricos de Dourados, interrogado hoje, seria o chefe da quadrilha. Ele negou envolvimento, disse estar “tranqüilo” e que “a Justiça é quem vai dizer se ele é inocente”.
Apuração da PF indica que os detidos agiam numa quadrilha supostamente chefiada pelo empresário Sizuo Uemura, direcionavam licitações, praticavam crimes contra a ordem econômica e corrupção.
A imprensa não teve acesso aos depoimentos de hoje cedo. O procurador de Justiça João Albino Cardoso Filho, que acompanhou os interrogatórios, disse que os implicados nos caso negaram qualquer participação na trama.
Ele revelou ainda que o depoimento de Ari Artuzi, hoje detido no presídio federal, em Campo Grande, durou meia hora. Artuzi disse não ter praticado nenhuma irregularidade.
Para desmantelar a quadrilha durante a Owari, a PF recorreu à quebra de sigilo telefônico, rastreou e-mails e até diálogos por MSN.
De acordo com o procurador, a corte estadual deve marcar agora a data dos depoimentos das testemunhas de acusação.
“A partir dessas audiências é que podemos formular hipóteses”, disse Cardoso Filho, quando questionado sobre o peso judicial da negativa dos implicados.
O advogado de Artuzi, Carlos Marques, defendeu o prefeito ao dizer que não tem fundamento a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual e acatada pela Justiça ainda no ano passado.
Ari Artuzi foi preso em setembro passado durante a Uragano, operação de combate a corrupção. Junto ele foram detidos outras 28 pessoas, entre elas o vice-prefeito, nove dos 12 vereadores de Dourados, empresários, secretários municipais e servidores públicos.
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