Pular para o conteúdo
Opinião

O Atual Deserto de Líderes e Ideias

Aristóteles Drummond
Conteúdo de Marca -
Aristóteles Drummond
Aristóteles Drummond

Independente da da frase de que o Brasil não é um país sério, atribuída nos anos 1960 ao presidente francês Charles De Gaulle, o fato é que temos protagonizado fatos absolutamente coerentes com a alegada falta de seriedade, em todas as camadas da população, opções políticas e ideológicas. O Brasil briga com os fatos, ou os ignora. 

A questão da é representativa. Ela foi saqueada, usada e abusada politicamente. Tornou-se a empresa com maior endividamento do mundo, foi condenada a indenizar acionistas americanos por má gestão e ainda se procura negar fatos amplamente divulgados. A devolução de ganhos ilegais soma mais de um bilhão de reais, sendo que cerca de 200 milhões vindos de um simples gerente. A empresa chegou a dar prejuízo. E agora, o Judiciário anula condenações dos anos PT, políticos negam a corrupção comandada pelo mais alto escalão da República. E nem se fala nos processos, nem no possível eventual enriquecimento ilícito de dirigentes, ao que parece, vivendo as alegrias daqueles ganhos. E  o Presidente da Republica troca  presidentes respeitados, tenta influir  na política de preços de uma sociedade de economia mista, com milhares de pequenos acionistas espalhados pelo mundo . Parece brincadeira e por isso ninguém quer aceitar a missão. Os bem intencionados é claro.

Outra evidência da irresponsabilidade coletiva foi a CPI da Pandemia, um espetáculo televisivo, que focou de passagem na questão da demora na compra de vacinas e na alteração da lei que impossibilitava as compras, detectadas em agosto de 19 e somente corrigida em fevereiro de 20. Também não houve o cuidado elementar de se editar um vídeo reunindo as dezenas de manifestações negacionistas de altas autoridades, de brincadeiras de mau gosto, de comentar notícias negativas e não comprovadas. Mesmo com a má vontade das cúpulas, o SUS, ao obter as vacinas, deu show de competência e dedicação. Mas a CPI não quis ver ninguém penalizado, e a Polícia Federal e o MP Federal não se preocuparam em prender governadores, prefeitos, secretários de saúde estaduais e municipais comprovadamente autores de compras superfaturadas, não entregues ou equivocadas, em bilhões de reais. Uma troca de cumplicidades que choca pela falta de cobrança nas mídias e dos setores competentes dos três poderes. E o STF quer apurar irregularidades em compra que não foi feita, não teve pagamento por mera exploração política.  Os desacertos nas operações externas do BNDES não têm responsáveis, o calote de que o país é vítima não é devidamente cobrado, inclusive nos tribunais. E os acusados, governos Lula e Dilma, silenciam sobre o assunto e não são cobrados pela mídia, pelos tribunais, pelos políticos. O governo critica mas não age , não apura responsabilidades. 

A austeridade no cumprimento do orçamento foi esquecida em nome de “socorrer os excluídos”, com a mobilização para o aumento do teto de gastos, empenho que faltou para as reformas que gerariam empregos, renda e impostos. Num passe de mágica, o governo distribui o que se chama de ” bondades”, na eliminação de impostos, de subsídios, na queda de tarifas, o que seria digno de aplausos, se fosse em paralelo a uma retomada de crescimento pela simplificação tributária, a acertos que faltam nas leis trabalhistas e à reforma dos códigos, a começar pelo penal. Mas nada foi feito que não com o objetivo menor da busca do voto numa desnecessária antecipação do processo eleitoral. Comportamento de governo, oposição e sociedade em geral, numa demonstração de alienação total da realidade que nos faz perder terreno no conjunto das nações. É bom lembrar de que o Brasil, em 85, no final do governo Figueiredo, era a oitava economia do mundo e, hoje, somos a décima terceira. 

Nos vexames internacionais, para constrangimento de nossos diplomatas e empresários que atuam em todo mundo, a posição brasileira na invasão da pela Rússia não foi observada. A oposição por estar, no fundo, em linha com o presidente e o governo, pelos diplomatas, militares e lideranças políticas na omissão pusilanime em alertar o presidente para o erro de deixar perceber a solidariedade que, antes da invasão, já havia prestado à Rússia.

Realmente é de se estranhar um país destas dimensões, em todos os sentidos, ter um governo que não governa, uma oposição que briga com a realidade e uma sociedade que se omite e não tem memória. Até quando? E qual será o tamanho da conta? A solução do equilíbrio e do bom senso esbarrando nas vaidades e ambições menores. Que pena !

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Quem é o prefeito suspeito de matar policial a tiros no Maranhão?

“Grupo está mais preocupado em defender seus interesses políticos”, diz Vander sobre suspensão de envio de carnes de MS aos EUA

Falta de medicamentos no SUS pode ser informada à ouvidoria da Prefeitura; saiba como

China e UE concordam em suspender totalmente restrições a intercâmbios bidirecionais

Notícias mais lidas agora

MS procura novos mercados para romper impacto da exportação de carne aos EUA, avalia Acrissul

campo grande cidade de cobras

Cidade de ‘cobras’, como Campo Grande lida com tanto veneno humano?

Waldir Neves faz acordo e vai pagar R$ 1,9 milhão para não ser despejado de mansão

“Não é o momento de politizar a relação comercial”, diz Vaz sobre frigoríficos de MS romperem com Trump

Últimas Notícias

Emprego e Concurso

Procurando emprego? Suzano abre quatro vagas para atender operações em Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas

As inscrições devem ser feitas no site da empresa

Brasil

Acidente na BR-153 deixa cinco mortos

Entre as vítimas fatais estão universitários da UFPA que estavam a caminho do congresso da UNE

Cotidiano

Após repercussão, familiares de paciente internado em estado grave procuram Santa Casa

Homem estava internado desde o dia 22 de junho, em estado grave e sem identificação

Cotidiano

Após MS suspender exportação de carne para os EUA, sindicato fala em normalização do mercado em poucos dias

O sindicato aponta esperança em estratégias comerciais e concorda com os produtores sobre um impacto limitado na taxação de Trump