Ainda nesta quinta-feira (23), a defesa do ex-secretário de finanças de Maracaju, Lenilso Carvalho Antunes, deve entrar com pedido de habeas corpus. Preso em hotel de luxo em Umuarama (PR), pela Polícia Civil daquele estado, Lenilso é alvo da Operação Dark Money, que investiga esquema de corrupção que movimentou mais de R$ 23 milhões.

Conforme o advogado Rodrigo Dalpiaz Dias, ele ainda deve entrar com o pedido de habeas corpus. Lenilso foi preso mediante cumprimento do mandado de prisão temporária e recambiado para cela na (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos). A operação ainda prendeu outras 5 pessoas.

Até esta quinta-feira, só o ex-prefeito de Maracaju, Maurilio Ferreira Azambuja, ainda não foi preso. Contra ele também há um mandado de prisão temporária e, segundo o advogado Rodrigo Dalpiaz, o cliente deve se apresentar ainda hoje. Ele estaria no e não foi encontrado pela Polícia Civil na quarta-feira.

Preso no hotel

Conforme a Polícia Civil do Paraná, o mandado foi cumprido em um hotel de luxo de Umuarama, onde estava Lenilso. Com ele, investigadores do GDE (Grupo de Diligências Especiais) ainda apreenderam R$ 5,6 mil em espécie e um veículo, que foram entregues para a Polícia de Mato Grosso do Sul.

Balanço da operação

Segundo a delegada do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), Ana Cláudia Medina, foram apreendidos, celulares, eletrônicos, documentos, 10 veículos, um barco com carretinha, discos rígidos e foi feito bloqueio de diversas contas bancárias, tanto de pessoas físicas como jurídicas. Ao todo, foram R$ 109 mil apreendidos em cheques e R$ 143 em espécie.

Os seis mandados de prisão temporária foram cumpridos, conforme apurado pelo Midiamax, contra Lenilso Carvalho Antunes, o ex-secretário de finanças do município, Daiana Cristina Kuhn, que já foi secretária municipal de administração, Iasmin Cristaldo Cardoso, que atuou como diretora do Departamento de Tesouraria, Pedro Emerson Amaral Pinto – empresário dono da Tapeçaria Lobo e Fernando Martinelli Sartori, que atuou como assessor especial de gabinete.

Martinelli mantém ainda ao menos um contrato de R$ 60 mil com a Prefeitura para sublocação de parte da Serrinha. Ainda foi preso Moisés Freitas Victor e apenas o mandado contra o ex-prefeito Maurilio não foi cumprido. Equipes seguem em buscas pelo acusado, que não estava nem na casa, nem na fazenda.

Todos os presos já foram submetidos ao exame de corpo de delito e também à audiência de custódia, realizada pelo juiz da 1ª Vara de Maracaju. Eles foram transferidos para Campo Grande.

Operação Dark Money

A ação mira servidores públicos que atuaram no alto escalão do executivo municipal nos anos de 2019/2020, bem como empresários e empresas com envolvimento no esquema. O desvio dos cofres públicos chegou à ordem de R$ 23 milhões, segundo a polícia.

Ainda conforme o Dracco, foi constatada a criação de uma conta bancária de fachada, diversa da oficial e não declarada aos órgãos de controle interno e externo do município, por onde foram promovidos mais de 150 repasses de verbas públicas em menos de 1 ano.

A partir de negócios jurídicos dissimulados, integrantes do alto escalão da prefeitura emitiram mais de 600 lâminas de cheques, que totalizaram mais de R$ 23 milhões, a empresas, sem qualquer embasamento jurídico para amparar os pagamentos.

Muitas das empresas beneficiárias dos valores não mantinham relação jurídica com a prefeitura — licitação, contrato ou meio legal que amparasse a transação financeira. Além disso, não havia emissão de notas fiscais e os valores não eram submetidos a empenho de despesas.

Foram encontrados alvos no Paraná. Um deles acabou localizado e preso em um hotel. As ações foram realizadas em Maracaju, Corumbá, Ponta Porã e Campo Grande e envolveram 60 policiais civis do Estado e ainda na cidade de Umuarama através de uma equipe da Polícia Civil do Paraná.