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A pandemia possivelmente agravou problemas que já se vinha enfrentando no mundo, inclusive no Brasil. São as questões ligadas ao emocional, desde a depressão, a agressividade, o ressentimento, o descontrole nas reações, ao arrepio da educação recebida por tantos.
Essa CPI foi um desgaste e um desastre. Reuniu políticos menores, desacreditados, para o trato de um tema importante. Começou com a falta de vacinas e a apuração dos motivos do atraso nas encomendas, prejudicando os quantitativos a serem entregues. E até hoje o Brasil carece de vacinas, com a metade da população vacinada, quando temos singular capacidade de vacinação.
Está claro que o governo recebeu carta da Pfizer em julho, constatou-se que havia restrições legais e o assunto só foi resolvido em fevereiro. A esta altura, a compra da vacina, das mais recomendadas, ficou limitada, como está até hoje. A Coronavac sofreu todo tipo de sabotagem, mas foi comprada pelo SUS e o governo continuou a fazer até ironias em relação à vacina. E nem chegamos a comprar a Moderna.
Tivemos os problemas de negativismo, de críticas ao uso de máscaras, o suficiente para, em pouco tempo, a CPI exigir a correção de rumos e acusar Bolsonaro por suas próprias palavras, que, aliás, até hoje, repete em relação à cloroquina, que não é assunto de um presidente da República nem do ministro da Saúde. Mas preferiram ficar nas acusações ocas, sem comprovação, no deboche, que chega a ser risível para os que conhecem a folha corrida de alguns senadores. O governo começou errando ao deixar a CPI ser formada por maioria oposicionista, o que evidencia o despreparo do Planalto para o exercício do poder, demorou a tomar providências urgentes, com o presidente à frente, para vacinarmos dois milhões de brasileiros por dia. Preferiu continuar ironizando a vacina paulista-chinesa, e não assumiu a compra de entrega imediata de insumos e vacinas, em comissão de compra sumária com a presença de um senador da oposição. Mas saber fazer política passa ao largo do Planalto.
As últimas baixarias, e com eco nas classes médias decepcionadas, se referem à verdadeira canalhice e covardia em censurar a elegante e discreta primeira-dama, D. Michelle, por ter encaminhado pedidos de modestos prestadores de serviços, como coisa condenável. O que poderia até ser, caso a Caixa tivesse feito a operação sem respaldo no cadastro do salão e da florista. Moralismo imoral, falso, preconceituoso. E a outra baixaria, também com eco em pessoas medianamente informadas, é a que aponta que um homem de posses não pode diversificar seus ativos financeiros, apenas por ter ido para o governo. O ministro Paulo Guedes é inábil, não conseguiu sair do lugar, assistiu impassível o desmonte da excelente equipe que formou, mas é um patriota e homem de bem. E o presidente do Banco Central é nota dez em tudo, e com louvor. Honra o nome que tem.
Uma pena uma sociedade já razoavelmente culta estar cega pelas posições radicais, sem um mínimo de bom senso nas avaliações. E com tão pouco patriotismo. O maior drama nacional é ter deixado florescer este clima, plantado lá atrás pelo PT, da hipocrisia e consolidado pela tosquice presidencial.
A maioria silenciosa precisa gritar um “chega” neste circo.
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