Rio 40 graus
João Carlos da Silva

” Rio 40 graus
Cidade Maravilha
Purgatório da beleza e do
caos
Capital do sangue quente
do Brasil……”

Fernandinha Abreu cantarolou a e embalou o sonho carioca sem imaginar o que estava por vir. Uma avalanche de maldades desceu por todo o deixando todos com o olhar num horizonte que poderia não existir. Há tempos que o bonde saiu do trilho, a ponte Rio – Niterói balançou, barcas tiveram o casco rachado, carros alegóricos tomados pelo fogo, o Bar Amarelinho ficou vermelho, de vergonha, bueiros entupidos, casas desabando, personalidades presas. O dinheiro sumiu. O rato levou e espantou o gato. Que situação, não? Por fim, o carioca pensou em eleger um juiz para colocar ordem na casa. Nenhuma coisa nem outra. O juiz esculhambou mais ainda o que já estava fora do lugar. A cidade do também pediu um novo gestor e acabou elegendo um trôpego e desarticulado para o cargo. Só ônus e nenhuma sombra do bônus. Estado quebrado literalmente e esfolado nas suas raízes. Vai demorar muito tempo para que o Rio de Janeiro possa ter suas contas no azul. A gatunagem foi tão grande que o inventor terá que repaginar a mesma. Estado e capital desfigurados pelos gestores sem a menor cerimônia. Que pena, não? E o que fazer agora? Bom, agora é esperar o resultado das urnas nas eleições desse ano para ver se elas não vão parir um rato. A montanha que o diga. Numa hora dessas em que o rato correu atrás do gato, é bom lembrar que o voto não foi feito para rato nenhum comer.

 


João Carlos da Silva, Consultor de Marketing Político