O parque dos poderes é patrimônio Brasileiro!
Ângelo Arruda, Arquiteto e urbanista, compartilha sua opinião sobre a situação do desmatamento no Parque dos Poderes.
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Amigos e amigas de Campo Grande. Classe política. Senhor Governador, senhores Deputados.
Eu não sei se vocês sabem que Campo Grande possui 3 Parques unidos: o Parque dos Poderes (administrativo) + o Parque das Nações e o Parque do Prosa (ambientais e paisagístico). Nossa cidade é única nesse quesito entre as capitais brasileiras. Somos únicos nesse cenário. Somos únicos em ter mais de 300 hectares de áreas urbanas com essa qualidade.
É um ecossistema que existe aí há décadas. Foi lá nos anos 1930 quando Saturnino de Brito fez o primeiro plano diretor de Campo Grande que ele determinou que a cabeceira do Desbarrancado fosse a primeira captação de água para abastecer a cidade e assim nasce esse complexo verde, o verdadeiro pulmão da cidade.
Anos se passaram até que o arrojado governador Pedrossian resolve fazer o Parque dos Poderes e deixa uma área imensa verde preservada que nasce o Prosa e assim outro governador o Zeca do PT instala o Parque do Prosa. Antes disso o mesmo Pedrossian, usando suas prerrogativas, faz nascer o Parque das Nações, um território de todas as pessoas dessa cidade, considerada a área mais linda e usada por todos.
Agora leio pelos site de notícias de Campo Grande que o Governo vai desmatar 3,3 hectares para fazer estacionamento para a Secretaria da Fazenda, indo na contramão do que ocorre no mundo todo: lugar do carro é em casa para passear. As cidades estão buscando todas as alternativas para que o cidadão deixe seu carro e opte pelo transporte coletivo. Se for o individual, use o Uber ou a bicicleta. É assim no mundo todo e Campo Grande não pode ficar de fora dessa nova tendência.
Sendo assim, desmatar 3,3 hectares de mata do Parque dos Poderes para colocar veículos, é um ato insano. Mais ainda. Numa área complexa que retém 30 % das águas da cabeceira. Ao desmatar, se ocorrer essa tragédia, vai aumentar ainda mais os problemas decorrentes das chuvas pesadas nessa região.
Como cidadão campo-grandense e sul-mato-grossense que sou, por lei da Câmara e da Assembleia, ainda que morando longe daí, continuo atento aos destinos dessa cidade que me abrigou por 37 anos.
Quero aqui pedir ao governador Azambuja e a todos os deputados que votaram para derrubar o Decreto do Tombamento que coloquem a mão na cabeça e busquem outra alternativa.
Não ao desmatamento do Parque. Fica aqui um alerta. É uma medida que vai provocar problemas no futuro.
Ângelo Arruda
Arquiteto e urbanista
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