O que aprendemos na/com a Quarentena?

Wilson Aquino, Jornalista e Professor, discorre sua livre opinião, a respeito dos obstáculos da vida, propondo soluções por um viés espiritual.

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O que aprendemos na/com a Quarentena?Forçadamente afastados do trabalho, obrigados a ficarem em casa para evitar contaminação, pessoas e famílias vivem há mais de duas semanas em confinamento. O arrocho tem sido cada vez maior, na medida em que o vírus avança, aumentando o número de vítimas. Enquanto a comunidade científica busca freneticamente fórmulas químicas  capazes de conter e controlar  o COVID-19, pergunta-se: como as pessoas estão em seus isolamentos da sociedade? Como têm sido suas rotinas diárias? O que estão aprendendo com tudo isso? Quais são seus pensamentos e conhecimentos adquiridos nessas circunstâncias inéditas?

É fato que a situação gera uma preocupação imensurável com o amanhã. Com as vidas que poderão ser ceifadas pelo vírus e com a manutenção ou não dos empregos dos quais, grande parte dos empregados, deles estão temporariamente(?) afastados. Preocupação também com aqueles  que nada têm de trabalho fixo, só informal. Como retomar depois de tanto tempo? Como fazer para gerar renda, colocar as contas em dia e comida à mesa?

São inúmeras incertezas e indagações. Afinal, cada um, cada família, conhece bem suas necessidades e limitações em gerar renda. O desejo de todos é que retomemos logo à normalidade e ao pleno desenvolvimento.

Entretanto, a situação exige muita paciência e muita oração a Deus, único capaz de solucionar toda essa crise avassaladora que perdura em todo o mundo. Ele, e somente Ele é capaz.

Até que a poeira baixe (e vai baixar) e recuperemos as rédeas do crescimento e desenvolvimento de nossas vidas, nossas cidades, estados e países, essa quarentena nos proporciona um precioso tempo de reflexão e análise  do todo. Do eu. De como tenho vivido meu dia a dia. Um tempo que nos remete a ponderar sobre o caminho  que estamos trilhando, a forma  como ando e sobre o que espero encontrar ao final dele.

A quarentena, no agradável e tenso conforto do lar, abre, naturalmente essa possibilidade de autoavaliação, de análise crítica em cima de meus próprios atos e ações até aqui desempenhados.  Seria possível retroceder a algum caminho que estou trilhando e estabelecer um novo rumo? Uma nova vida? Uma nova forma de ver e fazer as coisas?

Em casa, acoados pelo vírus, percebemos o quanto somos frágeis! Pequenos! Quase insignificantes perante a complexidade e força da natureza.

Muitos conseguem olhar para dentro de si e encontrar a Luz Divina (que todos temos) quase apagada, mas que deveria estar clara, bem acesa para iluminar não apenas o próprio caminho, mas também de todos aqueles à sua volta.

O fortalecimento espiritual tem ocorrido com intensidade junto a milhões e milhões de pessoas “quarentenadas” em todo o mundo. Em suas casas, em seus quartos, elas oram a Deus, ao lado daqueles que mais amam, mas que se apresentam como tão frágeis, podendo se quebrar  se seus corpos se contaminarem com esse vírus maligno que não respeita fronteira, idade, credo ou qualquer outro critério.

O que tenho feito durante todas as horas de todos esses dias e semanas desta obrigatória quarentena?  Tenho lido?  Tenho promovido diálogos saudáveis e edificantes com meu cônjuge, pais e filhos? Tenho buscado a Deus com profunda humildade, oração sincera e sabedoria?

Penso sobre essas coisas e se não as faço, devo começar agora mesmo uma real e profunda análise de como venho conduzindo minha vida até aqui. Pensar no que posso mudar para melhorá-la, realizando coisas mais importantes e saudáveis, físico, moral e espiritualmente.

Enquanto penso, observo  que ao nos recolhermos aos nossos lares a natureza agradece pela drástica redução da polução; E que os animais, que não são afetados pelo vírus, estão se multiplicado nos campos de nas matas onde as árvores estão mais floridas e alegres com o cantar de pássaros que saboreiam um ar e água mais puros.

São tempos e fatos que não podem ser esquecidos quando recuperarmos a normalidade e voltarmos à rotina.

 


*Jornalista e Professor