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‘The Economist’ elege Bangladesh como o país do ano em 2024

“O vencedor não é o mais rico, mais feliz ou mais virtuoso, mas aquele que mais melhorou nos últimos 12 meses”, explica publicação
Agência Estado - Publicado em
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Bangladesh
Daca, capital e maior cidade de Bangladesh (Reprodução, WikiCommons)

Todo mês de dezembro, a revista inglesa The Economist escolhe um país do ano. “O vencedor não é o mais rico, mais feliz ou mais virtuoso, mas aquele que mais melhorou nos últimos 12 meses”, explica a publicação. Em 2024, o país do ano foi Bangladesh, localizado no sul da Ásia que derrubou Sheikh Hasina, uma autocrata que governou o país por 15 anos.

Hasina é filha de Sheikh Mujibur Rahman, considerado o pai da independência do país e o primeiro presidente de Bangladesh. Segundo a Economist, ela se tornou repressiva, manipulou eleições, prendeu opositores e ordenou que as forças de segurança atirassem em manifestantes críticos ao governo. “Enormes somas de dinheiro foram roubadas sob sua administração”, diz a justificativa da revista.

Agora, um governo tecnocrático temporário, liderado por Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, conta com o apoio de estudantes, do exército, do empresariado e da sociedade civil. A ordem foi restaurada e a economia estabilizada, diz a publicação.

Apesar dos desafios pela frente, Bangladesh foi o país do ano “por derrubar uma déspota e avançar em direção a um governo mais liberal”, conclui a Economist.

Países que se destacaram

A revista ainda escolheu quatro outros países que foram destaques neste ano. O país vice-campeão é a Síria. A derrubada de Bashar al-Assad, que ocorreu em 8 de dezembro, encerrou meio século de ditadura e 13 anos de uma guerra civil violenta que matou cerca de 600 mil pessoas.

Já na Polônia, a nova administração de Donald Tusk, formada após as eleições parlamentares de 2023, está tentando reparar as instituições e desfazer os danos causados por seu predecessor, que “minou normas democráticas ao capturar o controle dos tribunais, mídia e negócios, seguindo o modelo de Viktor Orbán, na Hungria”, afirma a Economist.

Na África do Sul, o Congresso Nacional Africano (ANC) perdeu sua maioria parlamentar pela primeira vez, após governar desde o fim do apartheid, em 1994. O ANC agora governa por meio de uma coalizão com a Aliança Democrática, um partido liberal com histórico de “boa administração em cidades”, o que “oferece uma chance de governança melhor”, diz a revista.

A Argentina também foi destaque de 2024. Marcado por gastos excessivos, alta inflação, múltiplas taxas de câmbio e calotes sucessivos, o país lançou neste ano, com Javier Milei, “o experimento de livre mercado mais radical do mundo, cortando gastos públicos e desregulando”. Os resultados foram a queda da inflação e dos custos de empréstimos, assim como o crescimento da economia no terceiro trimestre.

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