A Guarda Costeira de Trinidad e Tobago disparou contra um barco que transportava imigrantes venezuelanos na noite do sábado, dia 5, ferindo uma mãe e matando o bebê em seus braços. O tiroteio ocorreu quando agentes tentavam interromper a embarcação de cruzar da para Trinidad e Tobago e foi descrito como uma ação de defesa. A informação foi divulgada no domingo 6. Advogados de direitos humanos da Venezuela e políticos opositores ao chavismo condenaram a ação e pediram uma investigação.

“A morte de um menino venezuelano, que junto com sua mãe fugiu da ditadura, fere nossa alma como país”, tuitou o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó. “Os tiros disparados pela Guarda Costeira de Trinidad e Tobago são injustificados, eles o mataram.”

A Guarda Costeira avistou o barco cruzando a fronteira venezuelana para as águas de Trinidad e Tobago pouco antes da meia-noite de sábado, de acordo com um comunicado publicado no e assinado por Kerron Valere, tenente e relações públicas da Guarda Costeira de Trinidad e Tobago.

A tripulação da Guarda Costeira tentou interceptar o barco usando sua buzina, holofote e sinalizadores, seguidos de tiros de advertência, de acordo com o comunicado, mas o barco continuou em frente com movimentos “agressivos”, tentando colidir com um navio da Guarda Costeira.

A embarcação onde estavam os venezuelanos era maior do que a da Guarda Costeira, segundo o comunicado, e seus avanços fizeram com que a tripulação “temesse por suas vidas”. Nesse momento, agentes dispararam contra o motor da embarcação, de acordo com o comunicado da Guarda Costeira, que não especificou quantos tiros foram disparados.

Autoridades disseram que o uso recente dessa “técnica evasiva” contra a Guarda Costeira causou danos ao navio e arriscou a segurança dos membros da tripulação. Segundo as autoridades de Trinidad e Tobago, somente depois que o barco parou, a Guarda Costeira percebeu que havia “escondidos” a bordo e uma mulher estava sangrando.

A mulher foi levada para uma unidade de saúde local, mas seu bebê foi encontrado morto. As autoridades não especificaram quantas pessoas estavam na embarcação, mas disseram que as outras a bordo serão processadas “de acordo com os protocolos de imigração e saúde”. (Com agências internacionais).