A Bielo-Rússia começou nesta terça-feira, 29, a vacinação contra o com a vacina russa Sputnik V, tornando-se o segundo país depois da Rússia a usar uma vacina que ainda está em fase final de estudos.

O primeiro lote do Sputnik V chegou à ex-república soviética na terça-feira, 22, de acordo com uma declaração conjunta do da Bielorrússia, do Ministério da Saúde da Rússia e do Fundo de Investimento Direto da Rússia, que financiou o desenvolvimento do vacina.

“Os primeiros a serem vacinados serão os trabalhadores da saúde, professores e especialistas que, devido às particularidades da sua profissão, estão frequentemente em contato com outras pessoas”, afirmou o ministro da Saúde, Dmitri Pinevitch, acrescentando que a vacinação “será voluntária” no país de 9,5 milhões de habitantes.

A Bielo-Rússia foi o primeiro país a homologar a vacina russa Sputnik V em seu território, em 21 de dezembro. Os ensaios clínicos foram realizados a partir de 1º de outubro com 100 voluntários. A vacina fabricada na Rússia também foi aprovada em caráter de emergência na , onde as vacinações começaram nesta terça.

Na semana passada, muitos russos expressaram raiva nas redes sociais depois que 300 mil doses da vacina foram despachadas para a Argentina, quando apenas 650 mil foram administradas na Rússia até 24 de dezembro, de acordo com o desenvolvedor, o Instituto Gamaleya.

A Bielo-Rússia espera vacinar cerca de 200 mil pessoas na primeira fase de seu programa nacional. O Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), que está comercializando a vacina no exterior, se recusou a comentar quantas doses foram enviadas para a Bielo-Rússia.

A RDIF assinou um acordo em novembro com a empresa farmacêutica bielorrussa Belpharmprom para preparar a futura produção do Sputnik V a nível local. O presidente Alexander Lukashenko, que enfrentou meses de demandas de manifestantes para renunciar depois de uma eleição em agosto que eles dizem ter sido fraudulenta, minimiza o coronavírus.

Ele qualificou os temores e bloqueios nacionais que o novo vírus havia causado como “psicose” e aconselhou os cidadãos a evitarem contraí-lo dirigindo tratores no campo, bebendo vodka e visitando saunas. Sua atitude irritou muitos bielo-russos, aumentando a consternação pública sobre seu estilo autoritário e ajudando a alimentar meses de protestos pós-eleitorais.

A oposição diz que o governo ditatorial de Lukashenko permitiu que a covid-19 corresse solta nas prisões onde deteve milhares de manifestantes. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)