A presidente interina da , Jeanine Áñez, formalizou neste domingo uma lei para convocar novas eleições para substituir , sem estabelecer data para isso. Caberá a um novo tribunal eleitoral, ainda não nomeado, definir a data, mas a notícia sobre a disputa futura nas urnas diminuiu os protestos pelo país.

Autoridades do governo interino dizem que Morales não poderá concorrer e também que será escolhida uma nova na disputa. Os protestos já duram 35 dias e deixaram 32 mortos, provocando a renúncia de Morales e seu posterior exílio para o México. “Meu mandato é organizar eleições justas, limpas e transparentes”, afirmou Jeanine Áñez.

O novo Tribunal Supremo Eleitoral será escolhido em 20 dias pelos legisladores. Ele estabelecerá uma data para a disputa que não deve superar 120 dias a partir da posse dos magistrados, segundo um acordo com a bancada majoritária do Movimento ao Socialismo (MAS), o partido de Morales. A mediação da Organização das Nações Unidas, da União Europeia, da Organização dos Estados Americanos (OEA) e de bispos católicos possibilitou os acordos.

Um eventual segundo turno se realizaria 45 dias depois, o que poderia exceder o mandato constitucional de 120 dias do governo interino de Áñez. Ela iniciou no sábado uma negociação com setores que protestam para escutar suas demandas, entre eles a liberação de detidos e a retirada dos militares das ruas. Ainda há conflitos menores, mas “o caminho está mais claro para a pacificação”, disse o ministro da Presidência, Jerjes Justiniano A entrada de alimentos e combustíveis já se normalizou em grande parte de La Paz.