Médicos bolivianos entram em greve nesta sexta após morte de colega por arenavírus

A morte do gastroenterologista Gustavo Sergio Vidales Mostajo, a terceira vítima fatal do arenavírus na Bolívia, causou comoção nacional no país, que faz fronteira com o Brasil. As informações são do jornal boliviano El Deber. Em decorrência do fato, o setor médico decidiu realizar greve nacional de 24 horas de duração nesta sexta-feira (121), exigindo […]

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O médico Gustavo Vidales é a terceira vítima do arenavírus (Foto: Reprodução | Twitter)
O médico Gustavo Vidales é a terceira vítima do arenavírus (Foto: Reprodução | Twitter)

A morte do gastroenterologista Gustavo Sergio Vidales Mostajo, a terceira vítima fatal do arenavírus na Bolívia, causou comoção nacional no país, que faz fronteira com o Brasil. As informações são do jornal boliviano El Deber. Em decorrência do fato, o setor médico decidiu realizar greve nacional de 24 horas de duração nesta sexta-feira (121), exigindo melhores condições para o exercício da profissão no país.

A contaminação de Vidales ocorreu após o médico ter contato com a colega Ximena Cuéllar, a segunda vítima do arenavírus. Ela, por sua vez, realizou atendimento médico a Macario Gironde, de 65 anos, considerado o “paciente zero” da infecção viral e a primeira vítima da febre hemorrágica. Além dele, um familar de Gironde de 22 anos também apresentou sintomas da doença.

Vidales precisou ser cremado após sua morte, devido ao quadro viral extremo que o afetou, conforme as informações do El Deber. O objetivo seria evitar outras possíveis infecções. Além de Vidales, o médico Marco Ortiz também teve o diagnóstico confirmado da febre hemorrárica. Ele segue internado, em isolamento, em uma CTI (Centro de Terapia Intensiva) e seu estado de saúde é considerado delicado.

Controlado

Ainda nesta quinta-feira (11), o diretor da Sedes (Serviço Departamental de Saúde da Bolívia), Ramón Cordero, afirmou que a infecção de arenavírus na região de Caranavi foi inusitada, mas assegurou que agora a situação estaria controlada, ainda que o protocolo de prevenção precise ser seguido.

“Nós enfrentamos um problema inusitado, mas que já foi controlado. Porém, seguimos com o protocolo preventivo”, destacou, conforme informações do El Deber. Cordero afirmou, ainda, que todos os contatos a partir dos cinco casos foram descartados sistematicamente” e que no momento não há mais nenhuma confirmação. “Este vírus é altamente fotossensível, morre com os raios solares. Por isso, não é de altaq transmitibilidade”, destacou.

Todavia, na quarta-feira (11), o representante da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) e da OMS (Organização Mundial da Saúde) na Bolívia, Alfonso Tenório, emitiu um alerta sobre os riscos da doença, que tem alta taxa de mortalidade e não existe tratamento especifico.

“Esse tipo de infecção ou vírus, o arenavírus, geralmente leva a uma alta mortalidade, não apenas aqui, mas em todas as regiões do mundo, no velho ou novo mundo. Infecções virais que produzem febres hemorrágicas, como esta ou a dengue, não têm tratamento específico aqui ou em qualquer parte do mundo”, disse Alfonso.

Segundo o representante da OPAS e da OMS, que o tratamento é um suporte, através do fornecimento de líquidos, ventilação mecânica e reabastecimento de plaquetas e tratamento para complicações. “Em nível global os protocolos existentes são aqueles que são aplicados em toda a região de as Américas, incluindo a Bolívia”, ressaltou Tenório.

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