Um terço da população das Américas não tem acesso a cuidados de saúde, segundo a OPA (Organizando Pan-Americana da Saúde. Os dados foram divulgados no Dia Mundial da Saúde, comemorado no último domingo (7). Na maioria dos países da região, os níveis de gastos diretos dos indivíduos com saúde representam mais de 25% das despesas domésticas.

A agência da ONU (Organização das Nações Unidas) pede mais investimentos públicos no atendimento. Em 2019, a comunidade internacional observa a data com o tema Saúde universal: para todos e todas, em todos os lugares. As atividades de conscientização para o dia focaram na atenção primária à saúde (APS) e em questões de equidade e solidariedade.

De acordo com a OPAS, os países das Américas fizeram progressos significativos de saúde pública ao longo do século passado — nos últimos 45 anos, a expectativa de vida média na região aumentou 16 anos e a mortalidade infantil registrou queda. Mas segundo a agência da ONU, essas conquistas não foram equitativas, ou sejam, não incluíram todos os grupos populacionais.

Para superar desigualdades, as Américas precisarão enfrentar gargalos como a falta de investimento em saúde e a carência de profissionais do setor.

Na maioria dos países da região, os gastos individuais diretos com saúde colocam as pessoas em risco de enfrentar despesas catastróficas – um problema que a OPAS recomenda eliminar.

“As despesas com saúde são uma grande barreira para o acesso de pessoas em situação de pobreza e desestimulam muitos a procurar atendimento, colocando suas vidas em risco”, disse o diretor do Departamento de Sistemas e Serviços de Saúde da OPAS, James Fitzgerald.

O especialista aponta que gastos com saúde capazes de levar as pessoas à pobreza ameaçam o cumprimento das metas da ONU para 2030 — eliminar a miséria e garantir saúde de qualidade para todos os habitantes do planeta. A OPAS estima ainda que, atualmente, são necessários 800 mil profissionais a mais para atender às necessidades dos sistemas de saúde das Américas.

Além de bem treinada, essa força de trabalho precisa estar bem distribuída para alcançar todos grupos populacionais dentro dos países.

Outro desafio é assegurar a disponibilidade de medicamentos e tecnologias acessíveis. O alto custo dos remédios, assim como o crescente número de pessoas com doenças crônicas, que exigem medicamentos para a vida toda, também são um risco para a sustentabilidade dos sistemas de saúde.

“Que todas as pessoas, onde quer que vivam, tenham cobertura de saúde e possam ter acesso aos cuidados sem barreiras e sem sofrer sérias dificuldades financeiras, (esse) é o nosso principal objetivo”, disse a diretora da OPAS e diretora regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS), Carissa Etienne.

Para marcar o Dia Mundial da Saúde, a OPAS convida países a criar correntes de solidariedade humana e compartilhar fotos de suas iniciativas de saúde pública nas redes sociais — com as hashtags #SaúdeParaTodos, #HealthForAll e/ou #SaludParaTodos.