Duas mulheres, uma de 22 e outra de 23 anos, foram açoitadas em praça pública na Malásia nesta segunda-feira (03).

Elas foram condenadas pelo Tribunal Superior da Sharia de Kuala Terengganu, regoião leste da Malásia. O país é regido por leis islâmicas que condenam a homossexualidade com violência física.

Segundo informações do portal R7, elas foram abordadas pela polícia islâmica dentro de um carro, as duas foram condenadas e submetidas a 6 chicotadas cada, além do pagamento de uma multa de 3.300 ringgits (cerca de 3.297 reais).

Entidades de direitos humanos demonstraram publicamente sua reprovação e seu apoio às vítimas. A Anistia Internacional afirmou que a condenação é “cruel, desumana e degradante”.

“As autoridades malaias devem revogar imediatamente a legislação repressiva, proibir a tortura e ratificar a Convenção das Nações Unidas contra isso”, disse a Anistia em nota.

Direitos da população LGBT no mundo

Os direitos da comunidade LGBT cresceram nos últimos anos, mas pelo menos 72 países ainda criminalizam a homossexualidade, de acordo com o último relatório da ILGA (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Pessoas Trans e Intersexuais), em 2017.

O mapa da entidade mostra uma perspectiva dos direitos da comunidade no mundo, as Américas e a Europa concentram os países com mais direitos à população LGBT. Já África, Ásia e Oriente Médio possuem os países com maior número de restrições de direitos, em muitos deles a legislação prevê violência física como pena, além de multa e prisão, como é o caso da Malásia.

Tribunal na Malásia condena lésbicas a chicotadas em praça pública
Reprodução/llga

No relatório, dos 72 países que criminalizam a homossexualidade, 8 deles preveem a pena de morte em sua legislação. Com base na lei religiosa muçulmana, no Irã, Sudão, Arábia Saudita e Iêmen a homossexualidade é punível com pena de morte, assim como em partes da Somália e Nigéria. Já na Síria e no Iraque a pena de morte também é vigente, e aplicada pelo Estado Islâmico.