Rússia e Síria alegam questões de segurança, diz OPAQ

Organização alega que acesso aos locais de ataque está sendo negado 

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Organização alega que acesso aos locais de ataque está sendo negado 

Nesta segunda-feira (16), os investigadores da OPAQ (Organização para a Proibição de Armas Químicas), confirmaram que não conseguiram entrar em Duma porque os governos da Síria e da Rússia alegam “questão de segurança”, após suposto ataque químico na região no começo do mês. O anúncio foi feito por Ahmet Uzumcu, diretor da OPAQ durante uma reunião de emergência dos Estados membros do Conselho Executivo, realizada na sede da organização em Haia.

De acordo com o G1, a embaixada da Rússia disse que os enviados da OPAQ estarão na cidade na quarta-feira (18), para investigar o suposto ataque químico. “Esperamos a chegada dos especialistas da OPAQ na quarta-feira”, disse uma autoridade russa em entrevista coletiva na embaixada em Haia.

A versão dos Estados Unidos é de que a Rússia pode ter visitado o local do suposto ataque para manipular as evidências. “Os russos podem ter visitado o local do ataque, e estamos preocupados que eles o tenham adulterado a fim de frustrar os esforços da missão da OPAQ de realizar uma investigação eficaz”, afirmou Ken Ward, embaixador americano na OPAQ.

Por sua vez, o Reino Unido acusa a Rússia e a Síria de não permitirem a entrada dos membros da Organização em Duma, onde aconteceu o ataque. Contudo, a Rússia nega as acusações e prometeu não interferir no trabalho da missão, oficialmente convidada por Damasco, que diz não ser responsável.

Os franceses e britânicos apresentaram à ONU um novo projeto de resolução sobre a Síria que inclui a criação de um novo mecanismo de investigação sobre o uso de armas químicas.

No domingo (15), Putin disse aos EUA, França e Reino Unido que novos ataques à Síria gerariam “inevitavelmente caos” nas relações internacionais.  Os ataques também foram denunciados pela embaixada russa em Haia, alegando que o objetivo era “minar a credibilidade” da missão da OPAQ.

O vice-ministro sírio das Relações Exteriores, Fayzal Mokdad, afirma que as missões devem ser realizadas “com transparência e neutralidade” e os investigadores em Damasco tiveram diversas reuniões com os funcionários do regime para discutir com serão feitas as operações.

“A Síria reiterou durante as reuniões que está disposta a cooperar e a disponibilizar todas as facilidades necessárias para permitir que a delegação cumpra bem sua missão”, ressaltou.

 

Ataques na Síria

Em retaliação aos supostos ataques químicos ocorridos em Duma no início do mês, os Estados Unidos, França e Reino Unido lançaram 105 mísseis contra três alvos do programa de armamento químico na Síria na noite de sexta-feira (13).  Os ataques liderados por Washington, Paris e Londres aconteceram mesmo com a presença dos investigados da OPAQ na Síria.

 

Aglomeração em Damasco

Na capital da Síria, reduto do regime, milhares de pessoas ocuparam nesta segunda-feira (16) a Praça dos Omeídas, fechada ao trânsito, agitando bandeiras sírias e retratos do presidente Assad para denunciar os ataques ocidentais.

Em relação ao ataque, Paris alegou que os russos foram advertidos, além do mais os locais que foram alvos estavam “completamente vazios”, de acordo com o o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), afirmando que “as forças presentes haviam sido evacuadas”.

No Twitter, Trump comemorou dizendo “Missão cumprida”, e acrescentou “perfeitamente executada”, “não poderia ter sido melhor”

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