Governo sírio liberou entrada da OPAQ em Duma

Síria impedia a entrada da organização alegando questões de segurança 

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Síria impedia a entrada da organização alegando questões de segurança 

Após transcorrida mais de uma semana dos supostos ataques químicos em Duma, na Síria, agentes da OPAQ (Organização para a Proibição de Armas Químicas) conseguiram entrar na cidade atingida. Os agentes estão na Síria desde domingo (15) para constatar se houve ataque químico, mas ainda não tinham entrado em Duma, pois, o governo sírio alegava “questões de segurança”.

De acordo com o G1, o Departamento de Estado dos Estados Unidos disse ter provas de confiança de que o governo sírio está por trás do atentado em Duma, mas ainda trabalha para identificar a mistura de produtos usados na ação.

O embaixador americano na OPAQ, Ken Ward, disse que os EUA temem que a demora para liberar a entrada dos investigadores tenha a ver com alteração provas do suposto ataque.

“Os russos podem ter visitado o local do ataque. Tememos que eles o tenham alterado na intenção de frustrar os esforços da missão da Opaq para fazer uma investigação eficaz. Isso ressalta sérias questões sobre a capacidade da missão de investigação de fazer seu trabalho”.

Os franceses também ressaltam o mesmo receio e, em nota divulgada, nesta terça-feira, pelo Ministério das Relações Exteriores, a França considerou “muito provável que provas e elementos essenciais tenham desaparecido”.

Contudo, os governos sírio e russo, principal aliado de Al-Assad, negam qualquer tipo de envolvimento nos ataques, e Putin garantiu que não terá nenhum tipo de envolvimento nas investigações.

Bashar Al-Assad, acusa os rebeldes de fazerem “encenação” e pediram eles mesmo que uma missão da OPAQ para investigar os ataques.

 

Eliminação de armas químicas

A OPAQ é a organização encarregada de controlar a eliminação de armas químicas em 191 países, desde firmaram compromisso para abrir mão desse tipo de arsenal. Em 1993, em Paris, foi assinada a Convenção das Armas Químicas e está em vigor desde 1997.

Em 2013, o governo sírio, sob pressão internacional, acabou aderindo a OPAQ, após um ataque de gás sarin contra a cidade na região da Gura Oriental, que matou pelo menos 80 pessoas. A partir disso, assumiu o compromisso formal de declarar todas as reservas e não usar mais armas químicas. Em 2014, a organização afirmou que não havia mais armas químicas no país.

Contudo, em 2017, uma missão conjunta da ONU e da OPAQ concluiu que Bashar Al-Assad usou o mesmo gás contra a cidade de Khan, no qual morreram pelo menos 80 pessoas.

O embaixador francês em Haia, Philippe Lalliot, alega que a Síria conservou um programa químico clandestino desde 2013. Por sua vez, os franceses dizem que a prioridade é o desmantelamento total do programa químico sírio.

 

Ataques na Síria

Em retaliação aos supostos ataques químicos ocorridos em Duma no início do mês, os Estados Unidos, França e Reino Unido lançaram 105 mísseis contra três alvos do programa de armamento químico na Síria na noite de sexta-feira (13). Os ataques liderados por Washington, Paris e Londres aconteceram mesmo com a presença dos investigados da OPAQ na Síria.