Governo Assad é acusado de novo ataque químico perto de Damasco
Seis crianças e seis mulheres estão entre os feridos
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Seis crianças e seis mulheres estão entre os feridos
Pelo menos 21 casos de asfixia, principalmente em crianças, foram relatados nesta segunda-feira (22) em uma cidade da região de Guta Oriental, enclave rebelde a leste de Damasco, sendo o governo de Bashar al-Assad acusado por uma ONG de ter realizado um novo ataque químico.
Nove civis também foram mortos em bombardeios rebeldes em um bairro em Damasco, segundo a televisão estatal síria.
Desde o início da guerra na Síria em 2011, o governo Al-Assad foi repetidamente acusado por investigadores da ONU de ter usado gás cloro, ou gás sarin, durante ataques químicos.
“Após o disparo de foguetes pelas forças do regime no setor oeste da cidade de Duma, uma fumaça branca se espalhou, causando 21 casos de asfixia”, anunciou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
Em um hospital da Duma, bebês envoltos em cobertores, carregados por um irmão, ou por um outro parente, respiram com a ajuda de máscaras de oxigênio, alguns às lágrimas, constatou um correspondente da AFP.
Meninas, homens, todos sentados em camas do hospital, com lágrimas nos olhos, fazem o mesmo, não conseguindo parar de tossir, de acordo com a mesma fonte.
Seis crianças e seis mulheres estão entre os feridos, de acordo com o OSDH.
“Moradores e fontes médicas falam de efeitos do gás de cloro, mas o OSDH não pode confirmar”, disse à AFP o diretor da ONG, Rami Abdel Rahman.
Os pacientes sofrem “irritação respiratória, dificuldades respiratórias, tosse, vermelhidão nos olhos”, segundo o dr. Bassel, funcionário do hospital de Duma, para onde foram transferidos.
“Foi constatado que eles cheiram a cloro, ou a água sanitária. Nós tiramos suas roupas”, ressaltou.
Em 13 de janeiro, um ataque semelhante já havia atingido os arredores de Duma, de acordo com o OSDH, que relatou “sete casos de sufocação”.
Poucos dias depois, o diretor da organização Human Rights Watch (HRW), Kenneth Roth, falou sobre o ataque em uma coletiva de imprensa em Paris: “Sem surpresa, Al-Assad retomou o uso de armas químicas. O gás de cloro foi usado durante o cerco a Guta Oriental”.
Sitiados desde 2013 pelas forças do governo, os 400 mil habitantes deste reduto rebelde já enfrentam uma séria crise humanitária, com escassez diária de alimentos e de remédios.
Em abril de 2017, um ataque com gás sarin na cidade de Khan Sheikhun (noroeste) matou pelo menos 80 pessoas. Os investigadores da ONU responsabilizaram o governo.
O ataque levou os Estados Unidos a lançarem um ataque sem precedentes contra uma base aérea na Síria.
Na última quinta-feira (18), o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, instou o Conselho de Segurança a relançar os esforços para punir os responsáveis por ataques químicos na Síria, após o veto da Rússia em novembro sobre a continuação das investigações internacionais.
Provocada em 2011 pela repressão de manifestações pacíficas por parte do governo de Al-Assad, o conflito na Síria se tornou mais complexo ao longo dos anos com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos extremistas, em um território cada vez mais fragmentado. Matou mais de 340 mil pessoas e deslocou milhões.
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