A corte federal de Chicago determinou, nesta quinta-feira (5), a liberação do menino Diego, de 10 anos, separado da mãe, a mineira Sirlei Silveira, de 30 anos, desde 24 de maio. Ambos tentavam entrar nos Estados Unidos pela fronteira com o México. O menino estava no mesmo abrigo de Diogo, 9, que se reuniu com a mãe, a mineira Lídia Karine Souza, 27, depois de um mês separados.

Diego e Sirlei deveriam se reunir nas próximas horas. Ambos chegaram à fronteira com o México em 22 de maio, em busca de asilo nos EUA. Dois dias depois, foram separados. Ela ficou detida até 13 de junho, e o menino foi enviado para Chicago. “Separaram a gente na fronteira e só falaram que iam levar meu filho para um lugar de crianças, porque o lugar para onde eu estava indo era uma cadeia federal, e lá não era permitido haver criança”, contou, em entrevista à Folha de S.Paulo em 29 de junho.

Sirlei é acusada de entrar ilegalmente nos Estados Unidos. “Quando fui detida, perguntei se ia saber onde meu filho estava. Falaram que sim, só que eu nunca soube. Quando saí da imigração, eles deram a certeza de que eu só ia ficar sem meu filho por cinco dias. Isso já tem um mês e seis dias. Eu não estou mais aguentando”, afirmou, na semana passada. Ao todo, mãe e filho ficaram 42 dias sem se ver.

Antes de conseguir reaver Diego, Sirlei afirmou ter entregue toda a documentação necessária para que a custódia do menino fosse devolvida para ela. A mineira disse ainda ter passado por uma entrevista de uma hora por telefone para saber se batia no filho, se era uma boa mãe. “Pegaram minhas digitais para saber se eu não tinha cometido nenhum crime. Para tirar ele de lá [do centro de detenção no Texas], ninguém pediu para eu assinar um papel. Para pegá-lo de volta, tive que assinar um documento de 35 folhas”, conta.

Durante o período em que estiveram separados, Sirlei teve dificuldades para falar por telefone com Diego. O sistema não atualizou o status de Sirlei após ela ser liberada. “Falavam ‘consta que a senhora ainda está presa, e por isso não pode falar com ele’.”
Sirlei diz que só conseguiu contato com o filho no dia 14 de junho e que, depois, só falava com ele em dias previamente acertados com as autoridades federais.