Protocolo de adesão da Bolívia será analisado pela Representação no Parlasul

Firmado durante reunião em 2015
| 20/06/2017
- 03:47
Protocolo de adesão da Bolívia será analisado pela Representação no Parlasul

Firmado durante reunião em 2015

O protocolo de inclusão da Bolívia no , firmado durante reunião de cúpula realizada em em 2015, é o principal item da pauta da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul), nesta terça-feira (20).Protocolo de adesão da Bolívia será analisado pela Representação no Parlasul

 

Essa é a primeira etapa do processo de ratificação do texto, que ainda será examinado pela Câmara e pelo Senado. Segundo o protocolo, a Bolívia terá quatro anos, a partir da sua data da entrada em vigência, para adotar a Nomenclatura Comum do Mercosul, a Tarifa Externa Comum e o Regime de Origem do Mercosul.

De acordo com a exposição de motivos que acompanha a mensagem presidencial, com a adesão da Bolívia, o Mercosul torna-se um bloco com 300 milhões de habitantes, distribuídos em uma área de 13,8 milhões de quilômetros quadrados, e com um produto interno bruto (PIB) calculado em 3,5 trilhões de dólares. O ingresso do novo sócio, ainda de acordo com a exposição de motivos, integra ao bloco “significativas reservas de gás e de lítio”, mineral essencial à fabricação de baterias utilizadas pela indústria eletrônica.

Críticas

 

A Mensagem 234/16 tem voto favorável da relatora, senadora Fátima Bezerra (PT-RN). Mas a adesão da Bolívia não é totalmente aceita pelos demais países do bloco. A própria relatora destaca em seu voto os três principais argumentos contrários: a desapropriação pelo governo de Evo Morales de ativos da Petrobras na Bolívia; as alegadas imperfeições do regime democrático boliviano, colocando-o em desacordo com o Protocolo de Ushuaia; e a possível criação de obstáculos, pelo governo da Bolívia, à celebração de acordos entre o Mercosul e demais países e blocos regionais.

Em defesa da nacionalização promovida por Morales, a senadora argumenta que a Bolívia “apenas repetiu o que o governo brasileiro de Vargas fez na década de 50”. Para ela, trata-se de um episódio “inteiramente superado”. 
Quanto à questão democrática, a relatora afirma que a ascensão de Morales produziu renovação política no país vizinho e permitiu a instituição de “mecanismos democráticos de representação mais robustos”, ao dar mais participação à população indígena.

Por último, observa que não se pode dizer a priori que a Bolívia seja contrária à celebração de acordos como o atualmente em negociação com a União Europeia. “Temos de ter no Mercosul a mesma tolerância e visão estratégica que nortearam a integração da União Europeia”, observa Fátima Bezerra em seu voto. “É necessário ponderar se o isolamento político-diplomático da Bolívia, que a rejeição desse ato internacional inevitavelmente acarretaria, convém aos interesses do Brasil, do Mercosul e da América do Sul. Estamos convictos de que não. Investir no isolamento e no conflito é sempre contraproducente aos interesses dos países, mesmo que isso possa agradar conjunturalmente a forças políticas específicas”.

 

A Argentina, o Uruguai e o Paraguai — os três demais sócios fundadores do Mercosul — já concluíram seus trâmites internos para a ratificação do protocolo de adesão da Bolívia. Assim que o texto for igualmente aprovado pelo Congresso Nacional, poderá entrar em vigor.

Código Aduaneiro
Também está na pauta da reunião da representação brasileira a Mensagem Presidencial 199/16, que submete ao Congresso Nacional o texto do Código Aduaneiro do Mercosul.

Em seu voto favorável à aprovação do texto, o relator, senador Humberto Costa (PT-PE), observa que o novo código constitui a “imprescindível base jurídica para que se possa avançar e consolidar a integração do Mercosul”.

A reunião está marcada para as 14h30, no plenário 13 da ala Senador Alexandre Costa, no Senado Federal.

 

 

Veja também

Prisão foi feita por policiais paraguaios em hotel de Assunção

Últimas notícias